Muitos fiéis queixam-se
justamente pela falta de silêncio nalgumas formas de celebração da nossa
liturgia. Por conseguinte, é importante recordar o significado do silêncio como
valor ascético cristão e como condição necessária para uma oração profunda e
contemplativa, sem esquecer que na celebração da santa Eucaristia estão
previstos oficialmente tempos de silêncio, a fim de evidenciar a sua
importância para uma renovação litúrgica autêntica.
No sentido negativo, o silêncio é a ausência
de barulho. O silêncio virtuoso – ou melhor, místico – deve ser obviamente
distinguido do silêncio deplorável, da rejeição de dirigir a palavra, do
silêncio de omissão por covardia, egoísmo ou dureza de coração. Naturalmente, o
silêncio exterior é um exercício ascético do domínio no uso da palavra. A
ascese é um meio indispensável que nos ajuda a eliminar da nossa existência
tudo o que a torna pesada, ou seja, o que obstaculiza a nossa vida espiritual e
interior e que, portanto, constitui um impedimento para a oração.
Sim, é precisamente na
oração que Deus nos comunica a sua vida, isto é, manifesta a sua presença na
nossa alma irrigando-a com as ondas do seu amor trinitário, o Pai através do
Filho, no Espírito Santo. E a oração é essencialmente silêncio.
Cardeal Robert Sarah,
Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos
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