No mês de maio, de maneira especial, refletimos sobre o modelo de seguimento de Nossa Senhora. Devemos crer sobre Maria em
tudo o que nos é proposto pela Igreja como dogma, a saber: sua Imaculada
Conceição, sua Maternidade divina, sua Virgindade Perpétua e sua gloriosa
Assunção. Todavia não podemos permanecer indiferentes às intervenções de Deus
na história por meio das aparições de Nossa Senhora, que vêm para preparar-nos para
o futuro dramático que se mostra cada vez mais no horizonte de nossa História.
Em Fátima, ela pede a consagração a Deus e ao próprio coração imaculado. E nós
terminaremos o mês de maio, como também é tradição louvável, com a entrega
confiante da nossa vida a Maria, que em seu viver provou, antes de nós, a força
salvífica do Filho redentor.
Os frutos espirituais da nossa devota
referência à Mãe de Jesus não poderão faltar, como acentua João Paulo II: “Maria
desperta em nós a esperança de emenda e de perseverança no bem, mesmo que às
vezes possa parecer humanamente impossível. Ela nos permite superar as múltiplas
estruturas de pecado em que está envolvida a nossa vida pessoal, familiar e
social. Permite-nos obter a graça da verdadeira libertação, com aquela
liberdade com a qual Cristo libertou todo homem” (João Paulo II, Homilia em
Zapopan, 30 de janeiro de 1979).
Segundo o costume, não deixamos de indicar o
“fioretto” (propósito) cotidiano, que denominamos empenho de vida, como gesto
concreto de oração ou de ação para cristianizar sempre mais a nossa existência.
Acrescentamos uma invocação que nos recordará durante o dia todo o tema
meditado.
Diante de Maria, São Bernardo se debatia
entre dois sentimentos: temor pleno de reverência e alegria cumulada de admiração:
“Não existe nada que tanto me agrade e juntamente me assuste do que precisar
falar da glória da Virgem Mãe... Todos ardentemente desejam falar dela, mas
tudo o que se diz de uma realidade inexprimível torna-se, pelo mesmo fato de
traduzi-lo em palavras, menos gratificante, menos agradável, menos aceitável”
(Bernardo de Claraval, in Assumptione B. Mariae Virginis sermo IV, PL 183,
423D).
Em Maria, de fato, Deus conjugou realidades contrastantes:
virgindade e maternidade, vida terrena e vida celeste, humildade e glória. O
conhecimento de Maria pressupõe o conhecimento de Jesus Cristo, que continua
sendo a estrada-mestra indispensável para o acesso ao Pai no Espírito (Ef
2,18). Em outras palavras, não podemos isolar Maria do inteiro mistério
cristão. Distinguimos três caminhos que conduzem ao mistério da Mãe de Jesus:
1. O caminho da Bíblia ou histórico-salvífico,
que nos mostra Maria segundo a revelação transmitida a nós pelos escritores do
Novo Testamento;
2. O caminho da experiência
espiritual, tecido de amor e de oração;
3. O caminho da beleza, que
percebe na admiração os valores da graça contidos no mistério de Maria.
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