Hoje celebramos a memória da
Apresentação de Nossa Senhora no Templo. Não apenas o Filho de Deus no futuro
será apresentado ao Senhor, mas antes mesmo, Maria preanuncia esta realidade da
oblação a Deus, da entrega da vida ao Senhor. A memória da apresentação da
Bem-aventurada Virgem Maria tem importância, não só porque nela é comemorado um
dos mistérios da vida daquela que Deus escolheu como Mãe do seu Filho e como
Mãe da Igreja, nem só porque nesta apresentação de Maria lembra-se a
apresentação de Cristo (ou, melhor, de todos os cristãos) ao Pai celeste, mas
também porque ela constitui um gesto concreto de ecumenismo, de diálogo com os
nossos irmãos do Oriente.
Isto salta à vista seja pela nota de
comentário dos redatores do novo calendário, seja pela nota da Liturgia das
Horas, que diz: "Neste dia da dedicação (543) da Igreja de Nossa Senhora,
construída junto ao templo de Jerusalém, celebramos, juntamente com os cristãos
do Oriente, aquela dedicação que Maria fez de si mesma a Deus, logo desde a
infância, movida pelo Espírito Santo, de cuja graça tinha sido repleta na sua
Imaculada Conceição."
Hans Urs von Balthasar na obra conjunta com o
então cardeal Joseph Ratzinger chamada “Maria primeira Igreja” diz-nos que no
Evangelho Maria “…, aponta em todas as suas partes e de todos os pontos de
vista sempre tanto para Cristo como para a Igreja. Daí resulta diretamente
também que toda a piedade mariana, se quiser ser católica, não se pode nunca
isolar, antes pelo contrário deve sempre inserir-se e orientar-se tanto
cristologicamente (e, portanto, trinitariamente) como eclesiologicamente”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Você pode deixar seu comentário ou sua pergunta. O respeito e a reverência serão sempre bem vindas.