A agência Fides, do Vaticano, revelou que 28 agentes
pastorais da Igreja Católica foram assassinados em 2016, número superior ao de
2015 (22 pessoas). O relatório anual começa por recordar, citando o Papa
Francisco, todos os cristãos “assassinados, torturados, presos, degolados
porque não renegam Jesus Cristo”, para sublinhar que “os mártires de hoje são
em maior número do que nos primeiros séculos”.
Pelo oitavo ano
consecutivo, o maior número de mortes registradas pela Fides aconteceu na
América, onde houve 12 assassinatos; a África registrou oito mortes, a Ásia
sete e uma na Europa. Entre os casos relatados está o assassinato do padre
Jacques Hamel, a 26 de julho, enquanto celebrava Missa na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray,
em França, quando fora degolado diante dos fiéis. A agência do Vaticano para o
mundo missionário sublinha o aumento do número de religiosas assassinadas em
2016, num total de nove, mais do dobro em relação a 2015.
O elenco refere-se
não só aos missionários, mas a todo o pessoal eclesiástico que faleceu de forma
violenta ou que sacrificou a sua vida, consciente do risco que corria. A
agência de notícias sublinha que a maior parte das mortes aconteceu após
“tentativas de assaltos” violentos. Segundo os dados da agência do Vaticano
para o mundo missionário, entre 2004 e 2015 morreram mais de 300 agentes
pastorais da Igreja Católica, incluindo três bispos. Na última lista não figura
o padre Juan Heraldo Viroche, pároco na Argentina, que foi encontrado sem vida,
em casa, a 5 de outubro de 2016 nem os milhares de cristãos mortos por ódio à
fé. O sacerdote era conhecido pela sua luta contra o tráfico de droga e tinha
recebido várias ameaças de morte.
"Investigações
confiáveis" levaram à "conclusão chocante" de que "mais de
100 mil pessoas são mortas por ano, por motivos que têm alguma relação com sua
fé", denunciou o monsenhor Silvano Maria Tomasi, durante a 23ª sessão do
diálogo interativo entre o Conselho dos Direitos Humanos e o alto comissário. Monsenhor
Tomasi também denunciou que cristãos são obrigados a renunciar a sua fé e a
suportar a destruição de seus locais de culto, além dos sequestros de seus
líderes religiosos, como ocorreu na Síria, onde dois padres ortodoxos
foram levados por homens armados perto de Aleppo. O Oriente Médio, a África e a
Ásia são as regiões onde ocorrem o maior número de violações contra a liberdade
religiosa.
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