1. “À Tua luz caminharão os povos e os reis andarão ao brilho
do Teu esplendor” (Is. 60, 3). Hoje a Igreja celebra a solenidade da Epifania, “manifestação”
de Cristo a todos os povos, representados pelos Magos vindos do Oriente. Esta
festividade ajuda-nos a penetrar o profundo sentido da missão universal da
Igreja, que se pode compreender como um movimento de irradiação: o irradiar- se
da luz de Cristo, refletida no rosto do seu Corpo místico. E dado que esta luz
é luz de amor, verdade e beleza, não se impõe com a força, mas ilumina as
mentes e atrai os corações.
Ao irradiar esta luz,
a Igreja obedece ao mandato de Cristo ressuscitado: “Ide (...) ensinai todas as
nações” (Mt. 28, 19). Trata-se de um movimento que, a partir do centro, da
Eucaristia, se propaga em todas as direções, através do testemunho e do anúncio
do Evangelho. Este “ir” é animado por um impulso interior de caridade, sem o
qual não produziria qualquer fruto.
A experiência dos
Magos é muito eloquente a este propósito: eles movem-se guiados pela luz de uma
estrela, que os atrai a Cristo. A Igreja deve ser como aquela estrela, isto é,
capaz de refletir a luz de Cristo, a fim de que os homens e os povos em busca
de verdade e justiça se ponham em caminho rumo a Jesus, único Salvador do
mundo.
2. Esta tarefa missionária é confiada a todo o Povo de Deus,
mas incumbe de modo especial a quantos são chamados ao ministério apostólico,
isto é, aos Bispos e Sacerdotes. Hoje, Festividade da Epifania, segundo um
costume já consolidado, tive a alegria de consagrar doze novos Bispos. Rezemos
juntos por estes novos Pastores e por todos os Bispos do mundo, para que o seu
serviço ao Evangelho seja cada vez mais generoso e fiel.
3. Neste dia, dirijo um pensamento especial aos irmãos do
Oriente cristão, muitos dos quais celebram precisamente hoje o Santo Natal.
Diante do ícone do Menino Jesus, amorosamente protegido por Maria e São José,
desejamos invocar a graça de um ulterior aprofundamento das relações de
compreensão e comunhão entre os cristãos do Oriente e do Ocidente. Com efeito,
as diversidades nas tradições litúrgicas não só não devem constituir um
obstáculo para a unidade, mas devem ser um estímulo para o conhecimento e o
enriquecimento recíprocos. Confiamos estes votos à Virgem Maria, enquanto lhe
pedimos, de modo particular, que acompanhe os Bispos consagrados hoje de manhã
no seu ministério pastoral.
(João Paulo II - Angelus - 06-I-1997)
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