Testemunhar e anunciar a mensagem cristã, conformando-se com Jesus Cristo. Proclamar a misericórdia de Deus e suas maravilhas a todos os homens.

Páginas

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Notícias do Sínodo da Família: polêmicas e respostas


  Os trabalhos do Sínodo sobre a Família continuam e as polêmicas também. Durante a coletiva de imprensa realizada nesta ontem, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Arcebispo da Filadélfia, Dom Charles Chaput, o Arcebispo da Diocese francesa de Lille, Laurent Ulrich, e o Arcebispo de Ayacucho (Peru), Dom Salvador Piñero, intervieram junto ao porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi. Dom Chaput explicou que os Círculos menores já começaram a trabalhar a respeito de alguns pontos do Instrumentum Laboris (documento de trabalho) e de como devem responder de forma realista às diversas experiências, considerando ainda que o texto poderia não demonstrar de maneira clara todas as realidades presentes no Sínodo. E é exatamente aqui que começam as divergências: alguns círculos são considerados mais progressistas e outros mais conservadores; para o futuro Relatório Geral não se sabe quem dará o tom, se os primeiros ou os últimos.

  Segundo Dom Chaput, existe uma grande preocupação dos bispos por não ferir a sensibilidade das pessoas e ao mesmo tempo que fique clara a doutrina da Igreja. O Arcebispo expressou que existe uma preocupação entre alguns bispos que, como ele, não conhecem o idioma italiano, porque é provável que o documento final seja redigido neste idioma e seria, além disso, uma grande contribuição ter o relatório (intervenção inicial) do Cardeal Peter Erdö em inglês. Um dos temas mais controversos, o da homossexualidade, somente foi abordado por uma ou duas pessoas ontem, segundo o Prelado e que ainda não falaram a respeito deste tema. Segundo o site “Vatican Insider”, em poucas declarações, treze padres sinodais, cardeais e bispos, disseram entender que o Sínodo estava, de alguma maneira, “conduzido” pela Secretaria geral (e em última instância pelo Papa), para que tomasse uma direção de abertura e não de fechamento. Foram duas as queixas concretas: a hipótese de que os moderadores e relatores dos “circuli minores” (círculos menores) foram designados pela Secretaria, isto é, ‘de cima’, com nomeações capazes de influir no debate. E a falta de uma eleição para designar a os membros da comissão encarregada de escrever o Documento Final.

  Na coletiva, negou-se de forma veemente esta espécie de “conspiração”. Por sua parte, Dom Ulrich explicou o seguinte: “Existem três grupos francófonos de trabalho. Falaram acerca dos problemas das famílias na África, os quais perturbam o anúncio da Boa Nova na sociedade africana. Existem diferenças culturais, mas estas permitem que cada conferência episcopal se expresse talvez de maneira distinta na pastoral, mas recordando sempre que são católicas. O Sínodo não coloca em jogo a doutrina da Igreja”, disse o Prelado. Já Dom Piñeiro disse o seguinte: “A América é um povo com muita fé. Unidos pelo amor a Jesus e em diferentes regiões invocam Maria. Agora, queremos insistir na beleza do chamado de Deus ao casal, a fim de que sejam esposos e pais, e como a Igreja deve acompanhar as famílias. Existe um ataque certeiro à instituição familiar. Existe uma linguagem dupla. Através das nossas leis, abrem as portas para o divórcio civil e para a prática do aborto e nós devemos defender a família. Deus pôde escolher outros caminhos, mas escolheu a família para vir ao mundo. A melhor linguagem nos círculos menores é a do amor, pastores com grande preocupação pela família, para apresentar o que significa cuidar de um lar e cuidar da família”.


  Nada de complôs. Depois do próprio Cardeal Baldisseri desmentir estas teorias, tomou a palavra, surpreendentemente, também o Papa Francisco. Não estava programada uma intervenção sua, mas era evidente que queria responder aos padres da teoria conspiradora e às vozes midiático-eclesiásticas fora do Sínodo. O Papa citou justamente a “hermenêutica conspirativa”, e a definiu como a “mais débil sociologicamente” e, “teologicamente, a que maiores divisões provoca. Isto é, exatamente, o contrário do que se deve fazer no Sínodo; basta com esta mentalidade que ver tramas e complôs por todas partes”. Suas palavras foram recebidas com um longo aplauso. Isso significa que ninguém deseja mesmo que as manifestações e ideias do Sínodo sejam “conduzidas” por grupos e ideologias, mas pela reflexão madura e sóbria sobre a realidade e ao mesmo tempo, iluminadas pelo Espírito e baseadas na doutrina católica. Continuamos a rezar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você pode deixar seu comentário ou sua pergunta. O respeito e a reverência serão sempre bem vindas.