A liturgia do 6º Domingo da
Páscoa convida-nos a contemplar o amor de Deus, manifestado na pessoa, nos
gestos e nas palavras de Jesus e dia a dia tornado presente na vida dos homens
por ação dos discípulos de Jesus. A segunda leitura apresenta uma das mais
profundas e completas definições de Deus: “Deus é amor”. A vinda de Jesus ao
encontro dos homens e a sua morte na cruz revelam a grandeza do amor de Deus
pelos homens. Ser “filho de Deus” e “conhecer a Deus” é deixar-se envolver por
este dinamismo de amor e amar os irmãos.
No Evangelho, Jesus define as coordenadas do
“caminho” que os seus discípulos devem percorrer, ao longo da sua marcha pela
história… Eles são os “amigos” a quem Jesus revelou o amor do Pai; a sua missão
é testemunhar o amor de Deus no meio dos homens. Através desse testemunho,
concretiza-se o projeto salvador de Deus e nasce o Homem Novo. A primeira
leitura afirma que essa salvação oferecida por Deus através de Jesus Cristo, e
levada ao mundo pelos discípulos, se destina a todos os homens e mulheres, sem
exceção. Para Deus, o que é decisivo não é a pertença a uma raça ou a um
determinado grupo social, mas sim a disponibilidade para acolher a oferta que
Ele faz.
Se somos “filhos” desse Deus que é amor,
“amemo-nos uns aos outros” com um amor igual ao de Deus – amor incondicional,
gratuito, desinteressado. Um crente não pode passar a vida a olhar para o céu,
ignorando as dores, as necessidades e as lutas dos irmãos que caminham pela
vida ao seu lado… Também não pode fechar-se no seu egoísmo e comodismo e
ignorar os dramas dos pobres, dos oprimidos, dos marginalizados… Não pode,
tampouco, ser seletivo e amar só alguns, excluindo os outros… A vida de Deus
que enche os corações dos crentes deve manifestar-se em gestos concretos de
solidariedade, de serviço, de dom, em benefício de todos os irmãos.
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