O mistério da Anunciação é
recordado nas antigas formulas do Credo e encontra-se em uma representação das
Catacumbas do Século II. Os primeiros vestígios da festa, associada antigamente
à Natividade de Cristo, são encontradiços no Século V e VI, até que, tendo
crescido a importância do Natal devido à heresia de Nestório, foi desligada e
fixada para 25 de março, como festa autônoma. Sérgio I deu-lhe maior
solenidade, acrescentando-lhe uma procissão estacional (Ladainha). A data da
festa está em relação com o 25 de dezembro.
A festa de hoje, comemora o mais solene
acontecimento da história da humanidade: o Verbo eterno, por meio do qual o Pai
criou todas as coisas, depois da anunciação do Arcanjo São Gabriel, desceu do
céu para fazer-se homem, com a cooperação do Espírito Santo, no seio da Virgem
Maria (Or., Ev.), para livrar o homem do pecado e da condenação eterna e
restituir-lhe a justiça original.
Neste dia, em que se cumpre a profecia de
Isaías (Lição), celebra-se o aniquilamento máximo do Verbo e recorda-se a maior
dignidade e o mais belo e glorioso dos privilégios marianos: “Maria é
verdadeiramente a Mãe de Deus” (Or.). Na Anunciação, tornando-se Mãe de Cristo,
Maria tornou-se também a mãe do gênero humano (Intr.), a dispensadora de todas
as graças e de todas as virtudes (Gr.), a Rainha e o protótipo de todas as
virgens (Intr., Tr.).
No seio da Virgem Maria, o filho de Deus
tomou posse da humanidade, o Verbo divino celebrou as núpcias com a natureza
humana (Secr.). Todas as almas são convidadas a conceber, formar e dar à luz
espiritualmente a Jesus, imitando-lhe as virtudes e comunicando-o ao próximo,
mediante o bom exemplo e a santidade dos costumes. “Jesus deseja que nós também
pronunciamos o nosso fiat, entregando-nos inteiramente a Ele. Neste sim, total,
perfeito, íntimo, vivido, consiste toda a santidade e a perfeição” (Card.
Shuster).
Leitura de Isaías Profeta (7,10-15).
– Naqueles dias, falou o Senhor a Acaz, dizendo: Pede para ti ao Senhor teu
Deus um sinal, quer no fundo da terra, quer no mais alto do céu. E disse Acaz:
Não pedirei tal, nem tentarei ao Senhor. E Isaías disse: Ouvi, pois, casa de
Davi: Porventura não vos basta ser molestos aos homens, senão que também ousais
ser molestos ao próprio Deus? Pois por isso mesmo o Senhor vos dará este sinal:
Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o seu nome será Emanuel. Seu
alimento será manteiga e mel, para que saiba rejeitar o mal e escolher o bem.
Continuação do Santo Evangelho segundo
São Lucas (1,26-38). – Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma
cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão, que se
chamava José, da casa de Davi, e o nome da Virgem era Maria. E, entrando o anjo
onde ela estava, disse-lhe: Deus te salve, cheia de graça, o Senhor é contigo;
bendita és tu entre as mulheres. E ela, tendo ouvido estas coisas, turbou-se
com as suas palavras, e discorria pensativa que saudação seria esta. E o anjo
disse-lhe: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que
conceberás no teu ventre, darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus.
este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o
trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó; e o seu
reino não terá fim. E Maria disse ao anjo: Como se fará isso, pois eu não
conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: O Espírito Santo descerá sobre
ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E, por isso mesmo, o
Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus. Eis que também
Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da
que se diz estéril; a Deus nada é impossível. Então disse Maria: Eis aqui a
escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.
Missal Romano Quotidiano.
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