No próximo mês de Outubro
nossa Paróquia vai se dedicar às Santas Missões Populares. É minha preocupação
como pai e pastor desta Comunidade, que respondamos aos apelos que o Espírito
tem dado a nós para alargar nossa pastoral e abandonar aquele modelo de mera “conservação”
para um momento de “ação contínua”. “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho.”
(1Cor 9,16). “A Evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus: ‘Ide,
pois, fazei discípulos todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do filho e do
Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandato.’ (Mt
28,19-20). Nestes versículos, aparece o momento em que o Ressuscitado envia os
seus para pregar o Evangelho em todo tempo e lugar, para que a fé n’Ele se
estenda a todos os cantos da Terra.” (EG 19). É a partir dessas palavras de
Jesus e do Papa Francisco que entendemos a Missão Paroquial. Elas não são um
movimento pastoral à parte, mas sim apresentam um jeito de ser de toda a
Igreja. Elas levam em conta as pessoas, a realidade pastoral do lugar e a
preocupação de nossa Igreja em ser uma “Igreja em saída”.
“A missão requer o anúncio explícito da Boa-Nova
de Cristo, isto é, o querigma: anunciar Jesus Cristo, crucificado e
ressuscitado. Esse anúncio não pode ser pressuposto, nem mesmo entre os membros
da própria comunidade. Há pessoas na comunidade que perderam o brilho da fé,
vivem um testemunho opaco e uma missão tímida.” (Doc 100, nº 187). “O estado
permanente de missão supõe que a comunidade cristã tenha consciência de que ela
é ‘por sua natureza missionária’ (AG, n.2) e precisa ser constantemente
missionada, isto é, precisa renovar-se sempre diante dos novos desafios que
enfrenta no confronto com o mundo e na relação entre seus membros. Para ser
missionária, a paróquia precisa ir ao encontro das pessoas.” (Doc 100, nº189)
Nesse sentido, a Missão Paroquial será um
tempo especial para todos nós. Ela quer ser um serviço à Igreja, quer ser um
sopro novo nos que já trabalham na pastoral e, sobretudo, quer ser um momento
único de preparação para o início do Jubileu da Misericórdia, quando o Papa nos
pede que apresentemos o Rosto misericordioso de Deus a todos. Pela Missão que
vamos fazer, quero que todos possamos perceber o quanto somos pequenos e o
quanto precisamos alargar nosso coração e a nossa Paróquia para lugares mais
distantes e pessoas mais distantes. Sei que é um desafio e nem sei se estamos
preparados plenamente para acolher quem virá depois, mas confio no Senhor e em
seu amor. Quero que esta Missão, que será apenas o início de um grande trabalho
missionário dos próximos anos, seja um momento para relembrar nossa vocação de
missionários e atualizar novos rumos, pensamentos, atitudes e posturas. Nossa
vida precisa, de vez em quando, de um tempo especial para acordar, para
sacudir. De fato, quase sem perceber, caímos na rotina, corremos o perigo de
viver uma vida repetitiva, rasteira, acomodada, arrastada, sem sonhos.
O Papa Francisco faz um alerta sobre o perigo
da rotina em nossos trabalhos, quando nos diz: “a pastoral em chave
missionária exige o abandono deste cômodo critério pastoral: ‘fez-se sempre
assim’. Convido todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os
objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores.” (EG 33). E
quais são os objetivos que queremos alcançar com esta Missão? Gostaria que
fossem cinco pontos:
a)
Ajudar aos nossos paroquianos a dar um
sentido autêntico à própria vida, no aqui e no agora, vivenciar a
espiritualidade do seguimento a Jesus Cristo e ao seu Evangelho, fazendo-os
lembrar de sua vocação batismal e tirando-os da paralisia pastoral em que
possam se encontrar;
b)
Convidar um número cada vez maior de pessoas
para envolvê-las na caminhada de Igreja: católicos afastados e não católicos
que não nos conheçam. Levar a Palavra do Senhor e a bênção de Deus ao maior
número possível de pessoas do nosso território paroquial;
c)
Fortalecer, reinventar, e dar mais protagonismo
aos setores pastorais de nossa Paróquia, sobretudo, convocando-os a uma missão
permanente nas diversas Comunidades;
d)
Despertar nas pessoas o gosto pela missão e
pelo conhecimento do outro, aumentando a proximidade dos paroquianos. Neste
momento queremos nos preparar para a fundação de duas novas pastorais: COMIPA e
Pastoral do Turismo;
e)
Traçar um perfil social e religioso de nossa
Paróquia através de um questionário de sondagem e, através dele, poder melhor perceber
nossas necessidades e nossas próximas ações.
Convoco a todos, chamo a todos a participar
de nossa Missão. Todos são bem vindos! Que a alegria do Evangelho seja o
sustento para nossa missão! Abençoo a todos os nossos missionários e lhes peço
que se orgulhem desse momento e se entreguem a ele com amor e dedicação. É o
próprio Cristo que te chama a ir a outras margens e a navegar para águas mais
profundas.
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