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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Pra quê religião? Precisamos mesmo dela?


  Resumo os benefícios da religião: Ela dá impulso e sentido à tua vida. Só à luz da fé conhecemos nossa finalidade sobre a terra. Só ela apresenta ideais que compensam nossos esforços. Só a fé exalta nossas obras, o cumprimento do dever, a honorabilidade, a firmeza de caráter, à categoria de valores sobrenaturais. Mercê da fé, nossa vida se converte em cumprimento da vontade divina, em oração ininterrupta, em serviço de Deus, o supremo Senhor. Devo servir a Deus? Estou obrigado a observar os mandamentos? Não poderia ser independente, “senhor dos meus atos”? O célebre astrônomo Kepler dizia certa vez: “Se uma única estrela se desviasse de sua rota ordinária, todo o universo seria desmantelado.”

  Ora, assim como as leis naturais são a base do mundo material, os mandamentos divinos são o fundamento da vida moral. Eu quisera poder gravar nos corações, com caracteres de fogo: — Não foi para nos atormentar e inquietar, para destruir nossas alegrias e prazeres, que Deus fez os mandamentos, mas sim para auxiliar-nos. Para Deus pode ser o mesmo que observes ou não suas leis: sua glória infinita não é atingida. Mas a ti é que não pode ser indiferente: nisso está empenhada a tua felicidade ou desgraça temporal e eterna. Tão necessários são os Dez Mandamentos como alicerce da vida social, que os homens os deveriam ter descoberto, se Deus não os tivesse já promulgado. Não constituem eles restrição da liberdade humana, senão proteção, e defesa, indispensáveis a uma vida digna de seres racionais: Só ao Deus verdadeiro adorarás — reza o primeiro mandamento. — Despertam em nossa memória todos os horrores da idolatria, imagens de cruéis e sanguinolentos sacrifícios humanos. — Antes de sua campanha contra a Grécia, mandou Xerxes enterrar vivos nove rapazes e nove meninas, a fim de dispor favoravelmente os deuses. Os hindus ainda hoje adoram vacas, serpentes e macacos… Em que trevas espirituais deveríamos viver não fora o primeiro mandamento!

  Salvaguardando a santidade do juramento o segundo preceito fortalece a fidelidade dos homens, a lealdade e o amor à verdade. O terceiro garante ao corpo o descanso que todo ser vivo necessita. A autoridade da família e do Estado, base de qualquer sociedade humana, da ordem e do progresso, é assegurada pelo quarto mandamento. Ainda hoje, na China, podem as mães expor e mesmo matar seus filhos. O quinto mandamento protege a vida dos homens. O que resguarda o corpo e as gerações dos desvarios dos instintos carnais e suas consequências? O sexto e o nono mandamento. O sétimo e décimo zelam a posse legal de teus bens, a propriedade. Quem nos protege, a ti, à sociedade, contra a falsidade e a mentira? É o oitavo mandamento. Vê. O Decálogo é um bem precioso, tesouro e bênção para a humanidade.

  Quão empolgante o só imaginar-se a transformação em nossa mísera existência, se os homens observassem os mandamentos! Polícia e prisões seriam supérfluas. Não haveria tantos hospitais, institutos psicopatas, famílias abaladas e lares destruídos. Para que guardar os lares a chaves e trancas? Não há mais felicidades perdidas, juventude seduzida, pais na miséria, jornais ateus e caluniadores… Meu Deus! Quão diferente seria tudo, se os homens servissem realmente ao Supremo Senhor, se observassem a lei divina! Não depende sempre de ti que outros a cumpram… De ti depende, todavia, que lhe obedeças.Trata-se de tua felicidade temporal e eterna, na opção de uma obediência irrestrita, de alma e coração, ao teu Supremo Senhor. E os que não no querem? Que será deles? Acontecer-lhes-á o que sucedeu às árvores rebeldes.


Fonte: Religião e Juventude – Mons. Tihamer Toth

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