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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Como se faz um cardeal?


  Amanhã, dia 14 de fevereiro, às 8h de Brasília, na Basílica Vaticana, o Papa Francisco presidirá o Consistório ordinário para a criação de novos cardeais, a entrega do barrete, do anel e a indicação do Título ou Diaconia da Igreja romana. No final do rito, o Santo Padre realiza também o Consistório ordinário público para a canonização de algumas Bem-aventuradas. É a segunda vez que Francisco cria cardeais. Desta vez os indicados são de lugares mais remotos ainda e de dioceses até pouco conhecidas. Segundo o Porta Voz do Vaticano, o Papa deseja demonstrar assim a universalidade da Igreja e a representatividade de todo o orbe católico. Como será o procedimento? Continue a ler e descubra como se faz um cardeal.

O rito do Consistório

  O rito de entrega do barrete e do anel cardinalícios vai decorrer a 14 de fevereiro, na Basílica de São Pedro, a partir das 8h (hora local). A celebração começa com uma saudação ao Papa do primeiro dos novos cardeais, D. Dominique Mamberti, em nome de todos os presentes, seguindo-se uma oração proferida por Francisco, a leitura do Evangelho e a homilia. Após esta intervenção, o Papa vai ler a fórmula de criação e proclama em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão.

Criação dos novos cardeais

  “Irmãos caríssimos, preparamo-nos para cumprir um ato grato e grave do nosso sagrado ministério. Ele diz respeito em primeiro lugar à cidade de Roma, mas interessa a toda a comunidade eclesial. Vamos chamar a fazer parte do colégio dos cardeais alguns dos nossos irmãos, para que sejam unidos à Sé de Pedro com um vínculo mais estreito. Eles, marcados pela púrpura sagrada, deverão ser intrépidas testemunhas de Cristo e do seu Evangelho na cidade de Roma e nas regiões mais longínquas. Por isso, com a autoridade de Deus onipotente, dos santos apóstolos Pedro e Paulo e a nossa, criamos e proclamamos solenemente cardeais da Santa Igreja Romana estes nossos irmãos”. Depois tem lugar a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.

Juramento

  “Eu (  ), Cardeal da Santa Igreja Romana, prometo e juro ser fiel, desde agora e para sempre, enquanto viva, a Cristo e ao seu Evangelho, sendo constantemente obediente à Santa Igreja Apostólica Romana, ao bem-aventurado Pedro na pessoa do Sumo Pontífice Francisco e dos seus sucessores canonicamente eleitos; manter sempre com palavras e obras a comunhão com a Igreja Católica; não revelar a ninguém o que me for confiado em segredo nem divulgar aquilo que poderá acarretar dano ou desonra à Santa Igreja; desempenhar com grande diligência e fidelidade as tarefas para as quais estou chamado no meu serviço à Igreja, segundo as normas do Direito. Que assim me ajude Deus onipotente”.

Imposição do barrete, entrega do anel e atribuição do título

  “Para a maior glória de Deus onipotente e o bem da Santa Sé, recebei este barrete púrpura como sinal da dignidade cardinalícia, simbolizando que deveis estar prontos a comporta-vos com coragem, até à efusão do sangue, pelo incremento da fé cristã, da paz e do bem do povo cristão, e pela liberdade e a expansão da Santa Igreja Romana”. Cada um dos novos cardeais ajoelha-se, depois, para receber o barrete cardinalício, segundo a ordem de criação.

Causas de canonização

  O Consistório público ordinário prossegue com a aprovação de algumas causas de canonização. No final da cerimônia, presidida pelo Papa, a reunião de cardeais vai proceder à votação de três causas de canonização, relativas às beatas Jeanne Émilie de Villeneuve (França, 1811-1854), Maria de Jesus crucificado (Palestina, 1846-1878) e Maria Alfonsina Danil Ghattas (Palestina, 1843-1927.

Visita de Cortesia


  Ainda no sábado, vão ter lugar as sessões de cumprimentos aos novos cardeais, no Vaticano. A chamada ‘visita de cortesia’ vai decorrer entre as 16h30 e as 18h30 de Roma. No domingo, na Basílica de São Pedro, o Papa vai presidir a uma Missa com os novos cardeais, a partir das 10h00 locais.

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