A História dos cardeais
começa por estar ligar ao clero de Roma e já vem de longe: o título de cardeal
foi reconhecido pela primeira vez durante o pontificado de Silvestre I
(314-335). O termo vem da palavra latina cardo/cardinis, que significa
"eixo". Inicialmente o título de cardeal era atribuído genericamente
a pessoas ao serviço de uma igreja ou diaconia, reservando-se mais tarde aos
responsáveis das igrejas titulares de Roma e das igrejas mais importantes da
Itália e do mundo.
Os cardeais nascem do grupo de 25 presbíteros
das comunidades eclesiais primitivas (títulos) em Roma, nomeados pelo Papa
Cleto (séc. I), e dos 7 (posteriormente 14) diáconos que cuidavam dos pobres
nas várias regiões da cidade; dos 6 diáconos palatinos (responsáveis pela
administração dos seis departamentos do palácio de Latrão, em Roma) e dos 7
bispos suburbicários (as sete dioceses mais próximas de Roma), todos eles
conselheiros e colaboradores do Papa.
Segundo as notas históricas do “Anuário
Pontifício”, a partir do ano 1150 formaram o Colégio Cardinalício com um
decano, que é o bispo de Óstia (localidade próxima de Roma), e um Camerlengo,
na qualidade de administrador dos bens. O decano é eleito, como se refere no
Código de Direito Canônico (CDC, Cân. 352, § 2), pelos cardeais com o título de
uma Igreja suburbicária (Albano, Frascati, Ostia, Palestrina, Porto-Santa
Ruffina e Velletri-Segni). É no século XI que os Cardeais passam a ter uma
função mais próxima do que são hoje: em 1050, para contrariar as disputas entre
várias famílias de Roma que queriam dominar o papado, o Papa Leão IX (1049-54)
chama vários homens que considera capazes de o ajudar a reformar a Igreja. Nove
anos depois, Nicolau II decide que o Papa passaria a ser eleito apenas pelos
cardeais.
No século XII, começaram a ser nomeados
cardeais também os prelados que residiam fora de Roma: primeiro os bispos e
arcebispos; desde o século XV, também os patriarcas (Bula “Non mediocri” de
Eugénio IV, ano 1439); mesmo quando eram padres, os cardeais tinham voto nos Concílios.
O número de Cardeais, que por norma nos séculos XIII-XV não era superior a 30,
foi fixado em 70 por Sisto V: 6 cardeais-bispos, 50 cardeais-presbíteros, 14
cardeais-diáconos (Constituição “Postquam verus”, de 3 de Dezembro de 1586). No
Consistório Secreto de 15 de dezembro de 1958, João XXIII derrogou o número de
cardeais estabelecidos por Sisto V. O mesmo São João XXIII, com o Motu Próprio
“Cum gravissima”, de 15 de abril de 1962, estabeleceu que todos os cardeais
fossem “honrados com a dignidade episcopal”.
O Beato Paulo VI, com o Motu Próprio “Ad
Purpuratorum Patrum”, de 11 de fevereiro de 1965, determinou o lugar dos
patriarcas orientais no Colégio Cardinalício. O mesmo Papa, com o Motu Próprio
“Ingravescentem aetatem”, de 21 de novembro de 1970, dispôs que ao completarem
80 anos de idade, os cardeais deixam de ser membros dos Dicastérios da Cúria
Romana e de todos os Organismos Permanentes da Santa Sé e do Estado da Cidade
do Vaticano. Além disso perdem o direito de eleger o Papa e, portanto, também o
direito de entrar em Conclave. Veja agora a lista com os 25 “títulos”
originários (designação em italiano):
San Sisto
Santi Giovanni e Paolo
Santi Quattro Coronati
San Clemente
Santi Marcellino e Pietro
San Pietro in Vincoli
Santi Silvestro e Martino ai
Monti
Santa Prassede
Santa Pudenziana
Sant'Eusebio
Santi Vitale, Valeria,
Gervasio e Protasio
Santa Susanna
San Ciriaco alle Terme
Diocleziane
San Marcello
San Lorenzo in Lucina
San Lorenzo in Damaso
San Marco
Sant'Anastasia
Santi Nereo e Achilleo
Santa Balbina
Santa Sabina
Santa Prisca
Santa Maria in Trastevere
Santa Cecilia
San Crisogono.
Lista
das sete diaconias originárias
Santa Lucia in Silice
Santa Maria della Scala
Santi Sergio e Bacco
San Teodoro
Santa Lucia in septem Soliis
Santi Nereo e Achilleo
San Bonifacio ou
Sant'Alessio.
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