Embora seja um tempo
penitencial, a Quaresma não é um tempo triste e depressivo. É ocasião de sermos
mais dóceis à graça de Deus para derrotarmos o homem velho que atua em nós;
ocasião de renunciarmos ao pecado que habita nos nossos corações e de nos afastarmos
de tudo o que nos separa da vontade de Deus e, por conseguinte, da nossa
verdadeira felicidade.
Desde os princípios do Cristianismo, os
cristãos procuraram intensificar a sua vida interior, mediante a oração e a
penitência, para participarem com mais plenitude e alegria do Tríduo Pascal,
“memória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, coração do mistério de
nossa salvação”, nas palavras do Papa Bento XVI. Existem indícios de que, já em
fins do século II, a Páscoa era precedida por alguns dias de rigorosas
penitências da parte dos fiéis. De acordo com Eusébio de Cesareia (ca. 332),
autor de uma das primeiras histórias eclesiásticas de que se tem notícia, a
Quaresma foi estabelecida oficialmente para toda a Igreja no século IV.
A sua duração (da Quarta-feira de Cinzas ao
Domingo de Ramos) inspira-se na simbologia do número quarenta na tradição da
Sagrada Escritura: quarenta foram os dias que durou o dilúvio, quarenta foram
os anos que o povo hebreu passou no deserto, quarenta dias Moisés e Elias passaram
nas montanhas. Há ainda muitas outras passagens da Bíblia em que aparece o
número quarenta, e todas estão sempre associadas à ideia de tempo de
penitência. Durante a Quaresma, a Igreja “quer convidar-nos sobretudo a reviver
com Jesus os quarenta dias que passou no deserto, rezando e jejuando, antes de
empreender sua missão pública” (Papa Bento XVI).
Fonte: ACI Digital
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