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sábado, 6 de abril de 2013

Como se dará o Juízo Universal?



No fim dos tempos o Senhor Jesus há de voltar, dessa vez como juiz dos vivos e dos mortos. Ele, que veio a primeira vez como Palavra encarnada que os homens quiseram sufocar, virá para rematar a história e manifestar-se como Senhor absoluto, nesse momento que é chamado parusia.

 Ocorrerá então a ressurreição da carne, de modo que a alma de cada ser humano será reunida à matéria. O homem não é um anjo encarnado por causa de suas culpas, mas é, por natureza, psicossomático. A ressurreição da carne supõe uma visão otimista em relação à matéria, criatura de Deus, ao passo que a reencarnação supõe pessimismo frente ao mundo material, tido como mau por si mesmo. A reencarnação não se coaduna com os princípios cristãos[1]. A Igreja nunca a defendeu, embora nos séculos V e VI houvesse no Egito uma colônia de monges pouco letrados ditos “origenistas”,  que professava por conta própria. O reencarnacionismo origenista foi condenado em 543 num Sínodo de Constantinopla.

Seguir-se-á o Juízo universal, que, como o primeiro (particular), não será uma avaliação do bem e do mal praticados por cada um, mas a  manifestação da trama da história para que todos os homens vejam o desígnio salvífico de Deus exercido através dos percalços da história, e para que se manifestam as interdependências que relacionam os homens entre si, tanto para o bem como para o mal. Cremos que muita coisa boa e bela é realizada às ocultas e se torna altamente benéfica sem que os homens o saibam; ora isto deverá ser revelado, como também ser patenteado o mal desencadeado por tal ou tal indivíduo, tal ou tal facção, tal ou tal instituição. A verdade deverá ser restaurada onde tenha ficado obscura, pois ela é um bem impreterível.

A Escritura fala de céus novos e terra nova[2] sem que possamos definir o que isto significa. Parece que se pode dizer que, quando o homem for livre do pecado e da morte, o mundo inferior que lhe foi solidário na queda[3] será restaurado na harmonia original: todavia não podemos dizer em que consistirá tal restauração.



[1] Hb 9, 27.
[2] Is 66.22; 2 Pd 3.13.
[3] Rm 8. 19-22

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