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segunda-feira, 8 de abril de 2013

O inferno (primeira parte)


       

  O inferno não é senão a última consequência da recusa e espontânea do bem Infinito. A noção de inferno é frequentemente mal entendida, de modo a suscitar perplexidade e revolta em muitos cristãos e não cristãos. O problema assim se deve à insuficiente compreensão da verdade; é um modo antropomórfico ou infernal de entender o inferno que provoca dificuldades. “Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos homens, mesmo as blasfêmias que tiverem proferido. Mas aquele que tiver blasfemado contra o espírito Santo, jamais obterá perdão, é réu de pecado eterno” (Mc 3, 28s).

  O pecado contra o Espírito Santo não é outro senão o endurecimento mesmo ou a obstinação do homem que, após uma culpa grave, reluta contra o chamado de Deus; fecha-se ao acesso da graça. Visto que explicitamente recusa penitência e perdão, não pode ser agraciado; deus não lhe força a vontade. Tal pecado é dito “contra o Espírito Santo”, porque ao Espírito Santo costumam ser atribuídas as inspirações da graça.

   Diz ainda o Senhor em Jo 5, 28s:

   “Não vos admireis com isto: vem a hora em que todos os que repousam nos sepulcros, ouvirão a voz do Filho do Homem e sairão; os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiveram cometido o mal, para uma ressurreição de julgamento (Krísis)”.

  A palavra krísis, nos escritos de S. João, significa julgamento no sentido pejorativo de condenação; ver Jo 3, 17. Merece atenção também o texto de Mc 9, 47s, em que Jesus alude a Is 66, 24: "Se teu olho te escandalizar, arranca-o. Melhor é entrares com um só olho no Reino de Deus do que, tendo os dois olhos, seres atirado na geena, onde o verme não morre e o fogo não se extingue".

 Os Apóstolos repetidamente afirmavam as duas sortes: bem-aventurança ou penas sem fim. Tenhamos em vista os seguintes textos:

  Gl 5, 19-21: “As obras da carne são manifestas: fornicação, impureza, libertinagem... invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno, como já vos preveni: os que tais coisas praticam, não herdarão o Reino de Deus”.

   Ef 5, 5: “É bom saberdes que nenhum fornicário ou impuro ou avarento — que é um idólatra — tem herança no Reino de Cristo e de Deus”.

  2 Cor 4, 3s: “Se o nosso Evangelho permanece velado, está velado para aqueles que se perdem, para os incrédulos, dos quais o deus deste mundo obscureceu a inteligência”.

   Ver ainda: 1 Cor 6, 9s; 2 Cor 2, 15s; 13, 5; 1 Tm 5,6.11-15; 2 Tm 2, 12-20; 2 Pd 2, 1-4. 12; 3, 7; Jd 6. 12; Tg 2, 13; 4, 4-8; 5, 3; Ap 21, 8.27; 22, 15.

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