A conversão, segundo a
liturgia de hoje, é voltar-se para o Pastor; ao escutar seu chamado, segui-Lo.
O batismo será a entrada no redil, a entrada no campo do Pastor, isto é, na
Igreja. Seguir o Bom Pastor, mesmo dentro do seu redil, não será tarefa fácil;
pertencer à Igreja não nos “blinda” para os problemas e tribulações. Devemos
dizer que, não somente suportar sofrimentos por Deus nos torna admiráveis, mas
mais ainda, tornamo-nos agradáveis ao Senhor quando ouvimos a sua voz, seu
chamado e, não nos dispersando pelas veredas, lançamo-nos aos seus braços. Ao
responderem ao Pastor, ou melhor, ao corresponderem ao amor d’Aquele que as
ama, as ovelhas reconhecem que esse amor é verdadeiro, não interesseiro nem
fugaz. Amam o Pastor, que é o Caminho, a Verdade e a Vida porque O reconhecem
como tal.
Vivemos, irmãos, num mundo onde várias coisas
e pessoas se levantam para tomar o título de “pastor”: o dinheiro que
escraviza, o sexo descompromissado e vulgar, a propaganda enganosa, políticos
corruptos, magistrados que defendem leis contrárias às de Deus, terroristas que
desejam estabelecer a paz por meio da guerra, enfim, tudo o que tem algum tipo
de ligação com o mal, mas acha que os “fins justificam os meios”. Não, eles não
podem ser pastores! Todos são ladrões, são assaltantes, são mercenários! Nada
lhes importa quanto ao verdadeiro bem das ovelhas; interessam a eles sim, a lã
e a carne de suas vítimas, isto é, o proveito particular.
Jesus, vindo ao mundo, apresentou-se como o
Pastor prometido por Deus, com todas as características de um bom Pastor: Ele
conhece suas ovelhas, ama suas ovelhas, chama-as pelo nome, apascenta-as,
defende-as, dá-lhes – não tira a vida. O Pastor procura a ovelha perdida e a
traz de volta, em festa, para o redil; reúne as dispersas e dá cuidado especial
às doentes e abatidas. Apesar deste cuidado, deste amor em atos, nós muitas
vezes recusamos o papel de ovelhas. Achamos a ovelha uma figura bastante frágil,
dependente, resignada, sem liberdade, oprimida. No entanto, sem nos
apercebermos, podemos nos deixar guiar servilmente por modelos opressores, como
os de bem estar ilimitados, ideais profissionais apenas com fins lucrativos,
cartilha da moda e do consumo imoderados... tudo isso que parece ser liberdade
e protagonismo é, na verdade, escravidão e torpor... Ser ovelha não nos
diminui, não nos humilha; ser filho de Deus nos eleva e eleva tudo em nossa
vida: nossa forma de amar, de trabalhar, de se relacionar, enfim, de viver.
Jesus também se apresenta no Evangelho por
outras imagens, Ele é Porta e Porteiro. “Porta”, porque por meio d’Ele entramos
nas veredas de seu Pai e lá, Ele nos faz descansar. “Porteiro”, porque não é
apenas nosso desejo e nossa força que nos encaminham ao redil, mas sim um poder
acima de nós que nos atrai e que nos convida a entrar.
Hoje,
“Domingo do Bom Pastor”, também é o “Dia Mundial de oração pelas Vocações”.
Rezemos por todos os pastores da Igreja, pelo Papa, nossos Bispos, nossos
padres, pela integridade de todos. Não nos esqueçamos: no redil, que é a
Igreja, o lobo voraz não ataca somente as ovelhas, mas tenta ferir o pastor,
para que seu rebanho se disperse. Rezemos pelos Seminários e outras Casas de
Formação sacerdotal e religiosa, para que aqueles que foram chamados pelo
Divino Pastor tenham perseverança na vocação e maior amor a Deus e à sua
Igreja. Rezemos também pelos adolescentes e jovens de nossa Paróquia, para que
não se percam pelos lobos vorazes, mas se voltem para o redil de Deus, escutem
o voz do Pastor que os chama sempre e digam “sim” ao seu convite de amor. Amém!
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