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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Posso conhecer meu futuro por meio da vidência ou dos astros?



  É importante que pensemos sobre o nosso futuro, sobre o que vamos fazer da nossa vida, sobre o que devemos escolher. No entanto, o ser humano busca não apenas isto, mas a certeza do que poderá acontecer a ele diante desta ou daquela escolha. Muitos são aqueles que recorrem à astrologia, aos videntes, à numerologia, etc. Será que estes meios são lícitos para um cristão? Será que realmente eles trazem a resposta às nossas indagações?

  Muitas pessoas buscam viver com certezas, exatidões. A vida, como dizia o poeta “não é precisa”; podemos e devemos sim nos prepararmos, nos organizarmos, mas sempre haverá abertura à falha, ao imprevisível. Quem já não passou por isso? Não se pode buscar meios mágicos ou até semi científicos como uma espécie de antídoto contra o medo do futuro. Estas diversas práticas são crenças que, baseando-se em dados mais ou menos científicos ou na pura possibilidade, dão interpretações que não são racionais.

  A astronomia, por exemplo, é uma disciplina científica; a astrologia é uma superstição, até mesmo uma fraude: os dados que ela utiliza tradicionalmente deverão ser provados, uma vez que se sabe que há dois séculos se descobriram 3 novos planetas no sistemas solar (Urano, Netuno, Plutão). Sabemos também que a posição dos signos do zodíaco varia pouco a pouco relativamente ao eixo da Terra. Daqui resulta que a astrologia se baseia em dados que, cientificamente, não são fidedignos. Que crédito devemos dar então às interpretações que ela propõe para um mapa astral, por exemplo? O fato de interpretar coloca em si mesmo um problema: toda a interpretação se faz em função de um referencial. Ora sabemos que existem várias escolas, interpretando os dados astrológicos de maneiras diferentes; por que razão dar mais crédito a uma e não escolher a outra? Podemos mesmo desconfiar que a interpretação se aproxima da adivinhação... Quais são seus objetivos?

  Poderemos ainda dizer que as previsões da astrologia acertam com relação a esta ou aquela pessoa... Num número considerável de "previsões", não é inconcebível que uma ou outra deem certo, por acaso; e não é inconcebível que a pessoa que consultou o "vidente" tenha ficado fascinada, fechada no que lhe foi dito. Não esqueçamos também que os que consultamos podem ser capazes, ao observar um "cliente", de diagnosticar as suas angústias, as suas esperanças e mesmo alguns traços importantes da sua personalidade: não se trata de vidência, simplesmente de um pouco de psicologia ...

  O que haverá de mais normal do que tomar o nosso futuro em consideração? Mas o medo do amanhã poderá justificar a crença nas superstições ou a renúncia à nossa liberdade? Fatalismos e pseudodeterminismos bloqueiam a nossa liberdade. É compreensível que quando não se sabe a razão da existência, haja medo do amanhã; mas em vez de perdermos tempo com questões secundárias, não valerá mais a pena colocar as verdadeiras questões, as únicas que nos permitirão avançar? Trabalhar e seguir adiante, nas mãos de Deus, confiar-se em sua Divina Providência.

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