Testemunhar e anunciar a mensagem cristã, conformando-se com Jesus Cristo. Proclamar a misericórdia de Deus e suas maravilhas a todos os homens.

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domingo, 28 de abril de 2013

Homilia do 5° Domingo da Páscoa



  Na primeira leitura vimos o crescimento dos cristãos, a resolução dos primeiros problemas de comunidade e o anúncio da Palavra de Deus. Por que o número de cristãos aumentava? Porque não seguiam teorias, fórmulas ou estatutos. Seguiam Alguém. Quem é? A segunda leitura, do Apocalipse de São João, nos responde: é Aquele que veio morar no meio dos homens, Aquele que sustenta tudo e todos, é o Cristo! Talvez seja necessário fazermos um sério exame de consciência: será que passamos também nós pela Porta da fé? Também habitamos com o Senhor em sua morada santa? que tipo de pedras somos na construção da Jerusalém celeste? Edificamos ou destruímos? Ajudamos ou atrapalhamos? Reunimos ou dispersamos? Somos filhos de Deus ou escravos do pecado? Para nos definirmos será preciso descobrir algo imprescindível, ou seja, se somos cristãos que amam como o Mestre.

  Principalmente hoje, há muitos outros caminhos a seguir, muitos outros convites sendo feitos, muitas outras alternativas sendo apresentadas; em meio a todos eles, só Cristo pode ser um caminho seguro e firme para a verdadeira felicidade e paz, o único meio para o mundo novo que queremos e esperamos, aquele construído pela bondade, pelo respeito, pela fraternidade e pelo amor sem limites, sem fronteiras. Muitos são os caminhos no mundo, mas um só é o caminho da realização e ele passa por Deus! Ao passar pela “porta da fé”, que é o batismo, nos tornamos responsáveis pelo anúncio do Reino. Esta porta, de modo pleno, é o próprio Cristo. Tudo em nossa existência deve passar por Ele: nossos pensamentos, nossas palavras, nossos desejos, nossos sonhos, tudo deve ser purificado no Senhor.

  O amor que o Senhor nos pede hoje tem características bem concretas: é universal, exigente e testemunhal. É universal porque toca a todos; quem não quer amar e ser amado? Todos nós, mesmo depois de decepções, traições, medos, incertezas, ainda queremos e devemos amar. O pai e a mãe, por exemplo, continuam amar o filho que se perdeu nas drogas, ainda que ele faça mal a si e aos seus pais. O amor não escolhe, ele toca a qualquer um.

  O amor é também exigente. Nunca é fácil amar, ainda mais quando Jesus dá como medida de amar o seu próprio amor. O amor cristão não ama como os homens, mas como Deus. O critério do verdadeiro amor é amar “como Jesus”; se amamos segundo nossa vontade e parecer, então nosso amor é limitado, estreito, pequeno, cheio de condições. Mas se amamos “como Jesus”, então podemos estar certos de que iremos sempre além de nossos limites e preconceitos.

  Jesus nos indica também que esse amor deve ser “testemunhal”; deve o mundo reconhecer em cada um de nós o cristianismo puro, sem misturas. Devemos levar esse amor às pessoas ao nosso redor. Não seremos distinguidos no mundo por alguma roupa ou símbolo propriamente, mas pela maneira de ser junto a todos, indistintamente. Como é difícil testemunhar esse amor ainda hoje... Mas não estamos sós, o Senhor está conosco! Confiemos a Ele nosso coração, nossa vontade, quando for muito difícil amar os maus, a quem nos tem ofendido...

  Para nos transformarmos em pedras vivas de edificação da Igreja de Jesus, para nos lançarmos neste caminho – que é Ele mesmo, para nos decidirmos pelas moradas eternas, a nova Jerusalém, temos que iniciar nossa caminhada. Alguns podem já estar à frente, outros bem atrás, outros ainda, quase parando, outros ainda nem começaram... Para todos se impõe um necessidade: temos que dar o primeiro passo! E depois deste, outro e outro e mais um e assim por diante; não importa em que lugar você está, importa sim, se iniciou sua caminhada por Cristo ao Pai.

  Irmãos, nossa casa não está neste mundo. Somos peregrinos! Caminhemos para o Senhor! Vamos à Jerusalém do alto! Coloquemos nossos corações naquilo que é permanente e santo! Apesar de nossas limitações, apesar de nossas quedas construamos, pedra por pedra, tijolo por tijolo nossa estrada para o Céu. É lá que está o que sempre procuramos e ansiamos por aqui na Terra. Não queiramos uma morada permanente aqui; seria como construir nossa casa sobre areia. Pessoas que colocam a importância de suas vidas na aparência, no prestígio, no dinheiro, no que pode ser tocado ou visto, perdem suas vidas no desgosto, na revolta e no estresse... Para ser livre disso tudo, só se entregando Àquele que nos pode libertar; que se faz caminho, na verdade de cada dia e que nos doa a vida, que nada nem ninguém pode nos oferecer nesta Terra. Que o seu amor nos leve adiante sempre. Amém!

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