Muitos de nós escutamos com frequência, sobretudo na infância, que "Deus tá vendo", que "Deus castiga", que "Deus não gosta"... O que Deus vê? Ele castiga mesmo? Do quê Ele não gosta? É necessário discernir entre o que é linguagem humana - discurso racional acerca das coisas espirituais e a realidade divina - coisa estudada, ponderada, mas não mensurável totalmente com padrões humanos.
De fato, Deus vê todas as coisas. Mas não vê como "um vingador, um castigador, um castrador". Deus vê porque é onisciente e onipresente. Vê, não com intuito de inibir ou coibir a liberdade humana, mas porque é próprio da sua natureza de Deus, conhecer todas as coisas. Deus vê nosso coração, nosso sentimento, nosso desejo... Ele sabe de tudo o que se passa em nosso interior e ao nosso redor. Mas sua visão não é para nos "fulminar", como se fôssemos formigas debaixo de uma lupa, mas vê a nós para nos acompanhar e nos ajudar na medida em que nos abrimos a Ele. Chamamos isso de "Providência". Por ela, Deus nos acompanha com sua graça e com seu amor.
Deus não castiga. Essa é uma linguagem humana para falar da "justiça divina". Deus é justo, não condenador. Nós é que nos condenamos ao escolher o pecado e suas consequências. O mal que nos acontece não vem de Deus, mas é fruto do pecado em que caímos. Deus nunca pode ser o autor e origem de um mal, pois isso contradiz sua natureza, que é pura Bondade.
Quando se diz que "Deus não gosta", isso também é pura linguagem humana. Deus não tem gostos, pois Ele não tem paixões. Mas Deus quer para todos os homens o melhor e, por isso, claro, Ele não deseja que a humanidade se perca no mal, no pecado.
Deus nos vê como filhos, como seus queridos, amados. Não nos vê como alguém desprezível, nem alguém sem valor. Deus nos quer bem e espera que estejamos em seu amor e misericórdia.
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