A aparição de Nossa Senhora
das Graças ocorreu no dia 27 de Novembro de 1830 a Santa Catarina Labouré, irmã
de caridade (religiosa de S. Vicente Paulo). A santa encontrava-se em oração na
capela do convento, em Paris (Rue du Bac), quando a Virgem Santíssima lhe
apareceu. Tratava-se de uma "Senhora de mediana estatura, o seu rosto tão
belo e formoso... Estava de pé, com um vestido de seda, cor de branco-aurora.
Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até os pés... As mãos estenderam-se
para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas ...".
A Santíssima Virgem disse: "Eis o
símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem ...". Formou-se
então em volta de Nossa Senhora um quadro oval, em que se liam em letras de
ouro estas palavras: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que
recorremos a vós". Nisto voltou-se o quadro e eu vi no reverso a letra M
encimada por uma cruz, com um traço na base. Por baixo, os Sagrados Corações de
Jesus e Maria - o de Jesus cercado por uma coroa de espinhos e a arder em
chamas, e o de Maria também em chamas e atravessado por uma espada, cercado de
doze estrelas. Ao mesmo tempo ouvi distintamente a voz da Senhora a dizer-me:
"Manda, manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas que a
trouxeram por devoção hão de receber grandes graças".
O Arcebispo de Paris D. Jacinto Luís de
Quélen (1778-1839) aprovou, dois anos depois, em 1832, a medalha pedida por
Nossa Senhora; em 1836 exortou todos os fiéis a usarem a medalha e a repetir a
oração gravada em torno da Santíssima Virgem: "Ó Maria concebida sem
pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Esta piedosa medalha -
segundo as palavras do Papa Pio XII - "foi, desde o primeiro momento,
instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de
tantas curas, proteções e, sobretudo, conversões, que a voz unânime do povo lhe
chamou desde logo Medalha Milagrosa".
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