Depois de ler a obra “Sobre
a Oração”, de João Cassiano, dentro de suas Colações IX e X, fiz alguns
apontamentos sobre os aspectos principais expostos no texto. Na primeira
Colação, isto é, na primeira meditação dirigida pelo Abade Isaac, podemos
entender melhor qual deve ser a “qualidade” da oração. Logo depois ele expõe
sobre o como podemos melhorar essa oração e, por fim, como fazer esta alma
elevar-se para a oração.
Para o santo abade, a qualidade da oração se
dá quando tomamos consciência de nosso fim último; e o fim de todo cristão nada
mais é do que a perfeição do coração. Essa perfeição deve tender para uma
contínua e ininterrupta perseverança na oração; se tudo não for tomado pela
oração e debaixo dela permanecer, nada poderá ser firme e estável.
Para tornar essa oração pura e sincera será
necessário observar as seguintes coisas:
1° - Eliminar toda a
inquietação pelas coisas carnais;
2° - Não se preocupar, não se
recordar de qualquer atividade anterior;
3° - Banir críticas,
palavras vãs, tagarelices, brincadeiras desnecessárias;
4° - Esquecer a cólera, a
mágoa e a tristeza;
5° - Abandonar a
concupiscência carnal e o apego ao dinheiro;
6° - Impedir a alma de fugir
e de se entregar a divagações levianas.
Para
elevar essa alma a Deus pela oração, será preciso também entender a psicologia
da mesma. A alma é como uma pena ou uma asa leve; se não for impregnada pela
corrupção de algum líquido, com a ajuda de levíssima aragem, eleva-se muito
além de si mesma. Mas se, ao contrário, tornar-se pesada não somente não voa,
como também pode ser arrastada pra baixo. Assim, a alma se não se torna pesada
pelos vícios ou preocupações do mundo, eleva-se, abandona as coisas caducas e
transporta-se para as celestes.
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