Hoje celebramos o Dia de
Finados. A morte corporal é vista por muitos como "assustadora
realidade", mas para nós cristãos é uma outra face da realidade da mesma
vida. "Viver" e "morrer" não se contrapõem, mas se
completam e se explicam: a vida é passageira e breve, quem nos diz é a morte; a
vida não pode ser apenas o que vemos e somos, mas existe um "para
além", uma outra vida após esta que só poderemos alcançar, passando pelo portal
da morte. "Para os que creem em Cristo, a vida não é tirada, mas transformada".
Continue a ler o post e descubra a resposta de algumas perguntas importantes
sobre vida e morte.
Podemos fazer alguma coisa pelos
mortos? Sim, porque fazem parte da grande comunidade dos filhos de Deus e,
portanto, não estão longe de nós, mas unidos na mesma "comunhão dos
santos"; continuamos um "diálogo" com os falecidos, não como
pensam os espíritas, como se pudéssemos invocar, incorporar e falar com os
mortos. Não! Nosso diálogo acontece por meio da oração. É salutar e é nosso
dever de piedade, de justiça e de misericórdia rezar pelos falecidos.
O que significa a "morte
eterna"? Morte eterna é o destino que, infelizmente, as almas que
romperam com Deus recebem ao ir para o inferno. Essa "morte" não é a
corporal que todos sofreremos, mas o afastamento definitivo da alma do seu
Deus. O que se entende quando se diz "morte da alma"? A alma é o
princípio vital de todo o ser vivo. No homem, ela é espiritual (não material) e
por isso nunca poderá ser destruída. Falamos figurativamente de "morte da
alma" para aludir ao dano que se dá na alma pelo pecado grave, que nos
afasta de maneira forte da graça de Deus. Assim, pecar gravemente é "tirar
a vida da alma".
Isto significa que nem todos os que morrem
vão para junto de Deus? Essa é uma dura realidade! Segundo a nossa fé,
após a morte, que é a separação da alma e do corpo, este cai em decomposição
enquanto que a alma terá seu "juízo particular". Nele, segundo o modo
de vida que tenha levado cá na Terra, ao indivíduo se abrirão três possibilidades:
o Purgatório, ou o Inferno ou o Céu. Para o Purgatório vão as almas dos fiéis
que morreram ou em pecado venial (leve) ou com penas dos seus pecados ainda não
apagadas. Para o Inferno os que, conscientes e livres, optaram por uma vida sem
Deus e sem amor e, à hora da morte, não se arrependeram de seus pecados graves.
Para o Céu os que, cheios de alegria se entregaram ao Senhor e às boas obras em
vida e agora podem vê-Lo face a face; os que estão purificados de seus pecados
todos.
Nossa oração no dia de finados vai para
quem? Vai para as almas do Purgatório. Os que estão no Inferno já estão
perdidos e os que estão no Céu, já não precisam de oração; nós é que pedimos
sua intercessão junto a Deus.
Podemos levar flores, pôr fotos dos falecidos
junto à sepultura, cuidar dos túmulos? Sim, é uma grande obra! A religião
não proíbe nada disso, pelo contrário, é um gesto afetuoso e bonito de amor por
aqueles que já partiram. No entanto, o católico deve se lembrar que a maior
obra que pode fazer pelos falecidos é rezar por eles e aplicar-lhes as santas
indulgências.
O que são as indulgências? Indulgência é
a remissão total ou em parte da pena temporal devida pelos pecados já
confessados. Explicando: quando pecamos, nós adquirimos uma "culpa" e
uma "pena"; a culpa é o ato mal, a transgressão, o erro, as faltas,
nossas ofensas ao Bom Deus e ao próximo. Já a pena é a consequencia do mal que
fizemos, o enfraquecimento da nossa vontade, sofrimentos, tribulações e até
doenças. Pela confissão sacramental, ficam absolvidas as nossas culpas, não,
porém, abolidas nossas penas. Estas manchas, as penas, só são tiradas quando
aplicamos a nós (em caso de nosso pecado) ou aos falecidos (pecado deles) as
indulgências.
Como posso adquirir indulgências para os
falecidos?Todo fiel batizado pode conseguir tais graças, as condições são as
seguintes: confissão sacramental, comunhão eucarística, nenhum apego ao pecado
venial, oração nas intenções do Papa (normalmente Credo, Pai nosso, Ave Maria e
Glória ao Pai) e visita ao cemitério ou à Igreja de hoje até o dia 8 de
Novembro.
E o que são as indulgências plenárias e
parciais aplicadas aos defuntos? Indulgência plenária é a remissão de
todas as penas de uma alma, isto é, se aplicamos esta indulgência a um falecido
que esteja no Purgatório, ele vai imediatamente para o Céu. As indulgências
parciais redimem parcialmente dessas penas. Para os falecidos, a indulgência
plenária só se pode obter uma vez ao dia, já a parcial várias vezes, salvo se
houver disposições expressas em contrário.
Como é a Liturgia da Missa deste
dia? Numa palavra: sóbria. Não se ornamenta o altar com flores, o toque
dos instrumentos só é permitido para sustentação do canto, o sacerdote usa roxo
ou preto em seus paramentos, não há canto do Glória nem a oração do Credo.
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