As
equipes de emergência e resgate das Filipinas lutam contra o tempo para ajudar
às vítimas do tufão Haiyan nas regiões centrais do país e nas buscas por
possíveis sobreviventes. Segundo os meteorologistas, uma nova tempestade deve
atingir o país nas próximas horas, começando pela costa leste e ameaçando os
trabalhos de ajuda humanitária. Trata-se da tempestade Zoraida que fará um
caminho muito semelhante ao percorrido pelo tufão, mas com ventos de 160 km por
hora.
Depois
do desastre, cujo número de vítimas pode ultrapassar 10 mil mortos, iniciaram
as ajudas locais e internacionais em favor de mais de 10 milhões de pessoas
deslocadas e desabrigadas, quatro milhões das quais, segundo o Fundo das Nações
Unidas para a Infância (UNICEF), seriam crianças. O tufão deixou as Filipinas e
causou destruição também no Vietnã e na China, matando pelo menos nove pessoas.
A ONU fez um apelo para arrecadar 301 milhões
de dólares nos próximos seis meses para ajudar os povos das Filipinas atingidos
pelo tufão Haiyan. Até agora, a comunidade internacional doou 54 milhões de
dólares.
A Rádio Vaticano conversou com o Arcebispo de Manila, Cardeal Luis Antonio
Tagle, sobre essa tragédia nas Filipinas.
Cardeal Tagle: "Penso que não sou o
único a dizer que cada vez que vemos as imagens da destruição permanecemos sem
palavras. Ainda temos de superar o choque emocional e psicológico. Nós, que
estamos aqui em Manila e nas regiões que não foram atingidas gravemente como
outras, somente o fato de olhar as imagens ficamos sem palavras e não podemos
imaginar o que se passa nas mentes e corações daqueles que estão lá. Sinto-me
profundamente confortado quando vejo e ouço testemunhos de fé, sobretudo da
parte das vítimas."
O senhor conversou com os membros das igrejas
nas áreas que foram afetadas pelo tufão. O que eles disseram em relação à ajuda
que a Igreja está prestando neste momento?
Cardeal Tagle: "As Igrejas locais
nessas áreas sofreram muitas perdas e a maior parte da ajuda dada pela Igreja
não vem dessas dioceses, mas de fora. No momento, com a Arquidiocese de Manila
e dioceses vizinhas, as dioceses sufragâneas, a Comissão Episcopal e a ação
social da Caritas Filipinas estamos coordenando a maior parte dos trabalhos
para ajudar as pessoas que foram afetadas e ainda não foram alcançadas pelos
seus próprios pastores."
Considerado o tamanho da devastação muitos
têm medo de que algumas pessoas possam morrer não por conseqüência direta do
tufão, mas porque não recebem comida, água ou remédios necessários neste
período depois da tragédia.
Cardeal Tagle: "Sim, essa é uma
possibilidade real. É por isso que o povo da Igreja, organizações
não-governamentais e o Governo estão fazendo de tudo para chegar a todo lugar e
dar assistência. Nem sempre é fácil, mas estão fazendo a sua parte. É realmente
uma emergência. Podemos dizer que para muitos é um momento de pânico."
O senhor pode constatar a solidariedade dos
católicos de Manila e de outras áreas que não foram atingidas?
Cardeal Tagle: "Esta é uma fonte de
grande consolo e força. Antes da passagem do tufão, tivemos um terremoto que
atingiu a parte central do país, muito próximo a Leyte e Samar, as ilhas
afetadas pelo tufão. A nossa reflexão continua nesta linha: vemos destruição e
ruínas em todos os lugares, mas também vemos a fé e o amor surgir daquelas
ruínas e isso nos torna pessoas mais fortes. Quero agradecer a todos: ao Santo
Padre, mães e irmãs que vivem fora do país, porque se lembraram de nós e buscam
fazer de tudo para nos ajudar. Em nome das vítimas e dos pobres, muito
obrigado, muito obrigado mesmo!"
Fonte:
Portal NewsVa
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