Nesta sexta-feira tive a oportunidade de visitar uma região importante do Rio de Janeiro, mas ainda bem esquecida pela autoridades. Uma região rica em cultura e história e, principalmente, rica por sua gente. Estive no interior do Estado do Rio, mais precisamente no Norte Fluminense. Esta região tem um pouco da minha história, visto serem meus pais campistas e de eu mesmo ter passado muitas férias de infância em Baixa Grande, lugar não muito distante de Campos, a cidade mais famosa e sede da Diocese.
Fui à região para a Ordenação Diaconal do seminarista Thiago Zacarias Linhares, meu ex-aluno no Seminário São José, de Niterói e um amigo. Subindo por Rio das Ostras e pegando sentido Campos, a estrada já não era das melhores. Mas foi exatamente passando por Campos, São Fidélis, Pádua, Itaocara, Aperibé até chegar em Miracema que a coisa ficou pior. Não obstante as placas do Governo do Estado falando da atenção ao Interior, o que vi em diversos trechos foi um total abandono das estradas. Uma sinalização mais que precária, pistas sem acostamento, buracos e ranhuras no asfalto e perigo, muito perigo. Foi difícil chegar a Miracema, mas cheguei com a graça de Deus!
Miracema é uma cidadezinha bem pacata e acolhedora, com pessoas muito dóceis e disponíveis. Todas as vezes em que parei para pedir informação, me trataram com muito respeito e atenção. Um cidade limpa e sem grandes barulhos, com casario antigo bem preservado e uma Igreja Matriz em restauração.
Na casa paroquial, à noite, me encontrei com Dom Roberto Ferrería, Bispo de Campos e com o Pároco da Paróquia de Santo Antônio, o simpático Monsenhor Mateus, um padre indiano há mais de 20 anos no Brasil e todos passados ali, em Miracema. Enviou mais de dez candidatos para o Seminário e a Paróquia já conta com 9 padres e agora o Thiago que será o décimo. Monsenhor Mateus é um homem amabilíssimo e, não se admira de que tenha tanto êxito em enviar vocações ao Seminário, sendo um pastor zeloso e um amante de Jesus Cristo.
A Ordenação, no dia seguinte, foi muito bonita e com boa participação do clero de Campos e também de alguns outros de Niterói, Nova Friburgo e Petrópolis, completando toda a Província Eclesiástica de Niterói. Ao fim da Ordenação, encontrei-me com o Pe. Gaspar, reitor do Seminário da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, que me passou o endereço da Casa de Formação, pois intencionava visitar lá um rapaz de Niterói, um filho espiritual. Após a Cerimônia foi servido um almoço. De lá, parti para Campos para visitar o Seminário.
Depois de todas as dificuldades de estrada, cheguei ao Seminário da Imaculada Conceição, uma obra monumental, muito bonita, bem num "interiorzão" numa estrada ao lado do aeroporto de Campos. Lá me receberam com muita alegria e reverência alguns seminaristas que me mostraram sua casa e um pouco de toda a obra. O Seminário continua a ser feito: Capela e outras dependências ainda estão no tijolo, mas o amor e a confiança na Providência divina que aqueles jovens expressaram por aquele lugar é contagiante.
Juntou-se a nós, mais tarde, um esguio padre. Homem de porte elegante, de fala pausada e sorriso discreto que exalava paz: o Pe. Hélio, vice-reitor do Seminário. Um padre agradabilíssimo, de conversa boa e muito acolhedor. Serviram-me um café delicioso e uma prosa tão boa quanto o café. Foi uma grata surpresa mudar o rumo e visitar esta Casa de Deus! Acabei por reencontrar também dois outros rapazes de São Gonçalo, de quem fui Pároco; foram meus coroinhas e eu mesmo fiz suas investiduras. Um abraço a estes rapazes: Hernan, David e Arthur, Deus os conserve!
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