O
Brasil vive na expectativa da visita do Pontífice, que chama a atenção
sobretudo por ser o primeiro Papa latino-americano e também por ter adotado o
simbólico nome de Francisco, tão querido aos crentes e aos não-crentes. O
sorriso e a simplicidade do Papa, a sua proximidade aos pobres e o recordar-se
constantemente deles nos seus gestos e palavras fazem dele um Pastor disposto a
prodigalizar-se em zelo e amor pelas suas ovelhas.
As suas palavras, simples e diretas, que saem
de um coração imbuído de profundo fervor pastoral, alcançam no mais profundo as
pessoas, que imediatamente com elas se identificam, porque dizem respeito à sua
vida diária. A delicadeza com a qual o Papa as pronuncia, sem as privar da sua
clareza, profundidade e força, confere renovado vigor à Igreja e faz ressurgir
o entusiasmo da fé. No Rio de Janeiro, juntamente com os jovens de todo o
mundo, teremos a oportunidade de nos aproximarmos ainda mais de Francisco para
nos saciarmos com a espiritualidade que emana dos seus gestos e palavras.
A visita do Papa certamente conferirá
renovado fervor à evangelização dos jovens, que mereceram a atenção especial da
Igreja no Brasil nos últimos anos. Mesmo havendo muitos jovens ativos nas
nossas comunidades, preocupa-nos o número dos que se estão a afastar delas. Não
porque deixaram de acreditar em Deus. A fé continua a estar viva em seus
corações, mas deixaram de sentir a necessidade da mediação da Igreja para a
viver e testemunhar.
As recentes manifestações que se verificaram
no nosso país são um sinal do fato que, face à situação de sofrimento na qual
se encontram muitos brasileiros, os jovens não se deixaram contaminar pela
cultura do bem-estar que leva à indiferença em relação ao próximo, como o Papa
recordou recentemente em Lampedusa.
Cardeal
Raymundo Damasceno Assis
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