Apresentamos aos nossos
leitores um ótimo texto do grande catequista que foi o Pe. Álvaro Negromonte,
sobre a correção e educação dos filhos. Vale para pais, educadores em geral e
todos aqueles que têm o grande e difícil ofício de educar crianças,
adolescentes e jovens. A boa correção, segundo ele, deve ser “rara” e “justa”:
1.º) Rara
O educador deve ver tudo, dissimular muito,
corrigir quando necessário.
- Ver tudo, para conhecer
bem a crianças, não se deixar surpreender, nem passar por tolo aos olhos das
próprias crianças.
- Dissimular muito, porque
muitas faltas não têm realmente importância, umas são próprias da idade e
passam com ela, outras as próprias crianças notam e, quando estão sendo
educadas, tratam de emendar por si.
- Corrigir quando
necessário, porque a correção demasiada é prejudicial à educação.
Quando muito frequente, ela:
* perde o salutar efeito de
inspirar desgosto à falta cometida, com o consequente desejo de emenda;
* enfraquece a autoridade do
educador, ao invés de reforçá-la, como o faz, desde que seja rara;
* insensibiliza a criança,
que já não acode às advertências, pela própria impossibilidade de fazê-lo;
* pode mesmo ser
contraproducente, tornando-se irritante – e nas poucas recomendações que fez
São Paulo sobre a educação dos filhos pediu que não os irritassem (Ef. 5,4).
Premidas por uma disciplina muito estreita,
censuradas a cada instante, derivam as crianças para a falta de brio ou para
uma situação emocional angustiante, que terminará levando-as ao consultório
médico. É pena que muitos pais, precisamente entre os mais zelosos e bem
intencionados, insistam, mesmo quando reconhecem que não adiantam suas
intervenções, e que até pioram a situação. Dir-se-ia que o fazem mais em
satisfação à própria consciência (mal orientada) que para o bem do filho.
Alguns até se aborrecem, quando lhes pedimos para não intervirem.
2.º) Justa
Há de corresponder a uma
falta. O senso de justiça é geralmente muito vivo nas crianças, e elas repelem,
magoadas, as correções injustas e as suportam, revoltadas, ainda que se trate
de simples advertência. Se as repelem, mesmo que seja apenas interiormente, já
elas não produzirão os procurados efeitos. Quando, por si mesma, a criança
percebe que errou e decide retificar-se, a interverção dos pais será apenas
para apoiá-la e estimulá-la no seu propósito.
“Corrija seu filho” -
Pe. Álvaro Negromonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Você pode deixar seu comentário ou sua pergunta. O respeito e a reverência serão sempre bem vindas.