Do
ponto de vista jurídico, o recebimento da comunhão na mão foi autorizado pela
primeira vez na instrução Memoriale Domini, de 29 de maio de 1969. Esse
documento possibilita que as conferências episcopais peçam a permissão da Santa
Sé para autorizar a recepção da comunhão na mão. Nem todas as conferências
episcopais pediram essa permissão. O viajante católico deve estar disposto a se
adaptar aos usos locais quanto à postura e à maneira de receber a comunhão.
Mesmo que a conferência episcopal permita a
comunhão na mão, porém, os fiéis mantêm o direito de recebê-la sobre a língua
se assim o desejarem. Em janeiro de 1973, a Congregação para os Sacramentos
publicou a instrução Immensae Caritatis, que, ao falar da comunhão na mão,
afirma: Desde a publicação da instrução Memoriale Domini, há três anos,
algumas conferências episcopais pediram à Santa Sé a permissão para que os
ministros da Sagrada Comunhão, no ato de distribuí-la, possam depositar as
espécies eucarísticas nas mãos dos fiéis.
Como recorda a mesma instrução, "as
normas da Igreja e os documentos patrísticos têm abundantes testemunhos sobre o
máximo respeito e a suma prudência com que a Santa Eucaristia foi tratada"
e deve ser tratada. Portanto, especialmente nesta forma de comunhão, alguns
pontos devem sempre ser mantidos em mente, aconselhados pela experiência. Haja,
portanto, assíduo cuidado e atenção especial aos fragmentos que eventualmente
se soltam das hóstias, seja por parte do ministro, seja por parte do fiel,
quando a espécie sagrada é depositada nas mãos de quem comungará.
Ainda em 1973, com a Eucharistiae
Sacramentum, foi publicado o novo "Rito da Comunhão fora da Missa e
Culto Eucarístico". As regras introdutórias (n º 21) citam a instruçãoMemoriale
Domini quase ao pé da letra, mas omitem a cláusula relativa aos fiéis que
pegam a hóstia diretamente do cibório. O documento afirma muito claramente que
a Eucaristia, tanto se recebida na língua quanto na mão, deve sempre "ser
distribuída pelo ministro competente, que apresenta e entrega a hóstia
consagrada ao comungante dizendo a fórmula ‘O Corpo de Cristo’".
Em 1985, a Congregação para o Culto Divino
enviou uma carta ao presidente da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos: "Mesmo
mantendo a forma tradicional de distribuir a comunhão, a Santa Sé, desde 1969,
tem concedido às conferências episcopais que o solicitaram a faculdade de
distribuir a comunhão depositando a hóstia nas mãos dos fiéis. É adequado, no
entanto, chamar a atenção para os seguintes pontos:
1.
A comunhão na mão deve mostrar, assim como a comunhão na língua, o devido
respeito pela presença real de Cristo na Eucaristia. Por este motivo,
enfatiza-se, como o faziam os Padres da Igreja, a dignidade do gesto do
comungante. Os novos batizados do final do século IV eram instruídos a
posicionar as duas mãos fazendo da mão esquerda um trono para a direita, que
recebe o Rei (Quinta mistagogia de Cirilo de Jerusalém, nº 21: PG 33, col. 1125,
Sources Chretiennes, 126, p. 171; São João Crisóstomo, Homilia 47: PG 63, col.
898)*.
*
Na prática, a indicação oposta deve ser dada aos fiéis: a mão esquerda deve ser
colocada sobre a mão direita, de modo que a hóstia possa ser levada à boca com
a mão direita.
2.
Ainda seguindo o ensinamento dos Padres da Igreja, será salientado que o ‘amém’
dito pelo fiel em resposta à fórmula do ministro é uma declaração de fé:
‘Quando te aproximares para recebê-la, o padre dirá: O Corpo de Cristo; e tu
responderás amém, ou seja: é verdade. A íntima persuasão preserva aquilo que a
língua confessa’(Santo Ambrósio, De Sacramentis, 4, 25: SC 25 bis, p. 116).
3.
O comungante que recebeu a Eucaristia na mão deve consumi-la antes de retornar
ao seu lugar, dando um passo para o lado e permanecendo de frente para o altar,
para que a pessoa seguinte possa se aproximar do ministro.
4.
É da Igreja que os fiéis recebem a Eucaristia, que é a comunhão com o Corpo de
Cristo e com a Igreja. Portanto, o comungante não deve tomá-la por si próprio
do cibório, como faria com o pão normal; em vez disso, deve estender as mãos
para recebê-la do ministro da comunhão.
5.
Em sinal de respeito para com a Eucaristia, as mãos devem estar limpas, o que
deve ser lembrado especialmente às crianças.
6.
É necessário que os fiéis recebam uma sólida catequese nesta matéria,
insistindo-se nos sentimentos de adoração e no respeito necessário para com
este santíssimo sacramento (cf.Dominicae Cenae, nº 11). Deve-se cuidar que os
fragmentos do pão consagrado não se percam (cf. Congregação para a Doutrina da
Fé, 2 de maio de 1972: Prot. 89/71, em Notitiae1972, p. 227).
7.
Os fiéis não devem ser obrigados a adotar a prática da comunhão na mão; cada um
é livre para comungar de uma forma ou de outra.
Essas
normas e as indicadas nos documentos acima mencionados se destinam a recordar o
dever do respeito para com a Eucaristia, independentemente da forma de se
receber a comunhão.
Aqueles que têm o cuidado pastoral das almas
devem insistir não só nas disposições necessárias para a recepção frutuosa da
comunhão, que em alguns casos demanda o recurso ao sacramento da penitência,
mas também na manifestação exterior do respeito em geral e na expressão em
particular da fé do cristão na Eucaristia".
Congregação
para o Culto Divino, 3 de abril de 1985.
+ Augustin Mayer, OSB - Prefeito
Fonte:
Portal Zenit
Como pastor numa paróquia, eu, Pe. Helcimar
respeito e obedeço às normas apresentadas, mas se me perguntam na minha opinião
o melhor meio de comungar, eu digo: “na boca”. Certamente é o melhor meio para
se evitar a perda de algum fragmento que possa vir a cair no ato da comunhão e,
ao mesmo tempo, resolve o problema das pessoas que não sabem comungar com a
devida reverência e cuidado ao tocar na Sagrada Hóstia.
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