Seu
nome de batismo era José Melquior Sarto, oriundo de família humilde e numerosa,
mas de vida no seguimento de Cristo. Nasceu numa pequena aldeia de Riese, na
diocese de Treviso, no norte da Itália, no dia 2 de junho de 1835. Desde cedo,
José demonstrava ser muito inteligente e, por causa disso, seus pais fizeram
grande esforço para que ele estudasse. Todos os dias, durante quatro anos, o
menino caminhava com os pés descalços por quilômetros a fio, tendo no bolso
apenas um pedaço de pão para o almoço. E desde criança manifestou sua vontade
de ser padre.
Quando seu pai faleceu, sua mãe, Margarida,
uma camponesa corajosa e pia, não permitiu que ele abandonasse o caminho
escolhido para auxiliar no sustento da casa. Ficou no seminário e, aos vinte e
três anos, recebeu a ordenação sacerdotal com mérito nos estudos. Teve uma
rápida ascensão dentro da Igreja. Primeiro, foi vice-vigário em uma pequena
aldeia, depois vigário de uma importante paróquia, cônego da catedral de
Treviso, bispo da diocese de Mântua, cardeal de Veneza e, após a morte do
grande papa Leão XIII, foi eleito seu sucessor, com o nome de Pio X, em 1903.
No Vaticano, José Sarto continuou sua vida no
rigor da simplicidade, modéstia e pobreza. Surpreendeu o mundo católico quando
adotou como lema de seu pontificado "restaurar as coisas em Cristo".
Tal meta traduziu-se em vigilante atenção à vida interna da Igreja. Realizou
algumas renovações dentro da Igreja, criando bibliotecas eclesiásticas e
efetuando reformas nos seminários. Pelo grande amor que dispensava à música
sagrada, renovou-a. Reformou, também, o breviário. Sua intensa devoção à
eucaristia permitiu que os fiéis pudessem receber a comunhão diária,
autorizando, também, que a primeira comunhão fosse ministrada às crianças a
partir dos sete anos de idade. Instituiu o ensino do catecismo em todas as
paróquias e para todas as idades, como caminho para recuperar a fé, e impôs-se
fortemente contra o modernismo. Outra importante característica de sua
personalidade era a bondade suave e radiante que todos notavam e sentiam na sua
presença.
Pio X não foi apenas um teólogo. Foi um
pastor dedicado e, sobretudo, extremamente devoto, que sentia satisfação em
definir-se como "um simples pároco do campo". Ficou muito amargurado
quando previu a Primeira Guerra Mundial e sentiu a impotência de nada poder
fazer para que ela não acontecesse. Possuindo o dom da cura, ainda em vida
intercedeu em vários milagres. Consta dos relatos que as pessoas doentes que
tinham contato com ele se curavam. Discorrendo sobre tal fato, ele mesmo
explicava como sendo "o poder das chaves de são Pedro". Quando alguém
o chamava de "padre santo", ele corrigia sorrindo: "Não se diz
santo, mas Sarto", numa alusão ao seu sobrenome de família. No dia 20 de
agosto de 1914, aos setenta e nove anos, Pio X morreu. O povo, de imediato,
passou a venerá-lo como um santo. Mas só em 1954 ele foi oficialmente
canonizado.
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