A
Festa da Transfiguração do Senhor remonta ao século V, no Oriente. Na Idade
Média estendeu-se por toda Igreja Universal. O episódio foi relatado pelos
evangelistas Mateus, Marcos e Lucas. Presentes estavam os apóstolos Pedro, João
e Tiago. Jesus transfigurou-se diante deles, seu corpo ficou luminoso e
resplandecentes as suas vestes. Com isto, Jesus quis manifestar aos discípulos
que Ele era realmente o Filho de Deus, enviado pelo Pai.
Jesus é o cumprimento de todas as promessas
de Deus; é Deus conosco, a manifestação da ternura e da misericórdia do Pai
entre os homens. A sua paixão e morte não serão o fim, mas tudo recobrará
sentido quando Deus Pai o ressuscitar e o fizer sentar-se à Sua direita, na Sua
glória. Tudo isto é dito de uma maneira plástica – luz, brancura, glória, nuvem
… que indicam a presença de Deus.
O caminho necessário para a ressurreição é,
contudo, o caminho da cruz, da paixão e morte, da entrega total de Sua vida
pelo perdão dos pecados. Para a igreja, a festa da «Transfiguração
(Metamórphosis) de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo» é uma das Festas
mais importantes do calendário litúrgico. Isso traduz toda a teologia da
divinização do homem. A teologia oriental insiste sobre a graça incriada,
participação na luz que envolveu o Cristo no Tabor, «Graça deificante, emanação
do Espírito Santo que vem a iluminar a Esposa para torná-la nupcialmente
conforme ao Esposo», como escreve C. Andronikov, acrescentando: «A
Transfiguração, festa teleológica por excelência, nos permite aguardar a Páscoa
e prever o porvir para além da parusia.»
A referida festa parece ter surgido como
comemoração de dedicação das basílicas do monte Tabor. É posterior à festa da
Exaltação da Cruz, da qual, no entanto, depende quanto à fixação de sua data.
Com efeito, segundo uma tradição, a Transfiguração de Jesus tinha acontecido 40
dias antes da crucifixão. A Festa tinha-se, pois, fixado no dia 6 de Agosto,
isto é, 40 dias antes da Exaltação da Cruz, que é celebrada no dia 14 de
Setembro. A relação entre uma e outra festa sublinha-se, igualmente, pelo fato
de que no dia 6 de Agosto começam a cantar-se os hinos (catavasias) da Cruz.
Neste dia é costume que os fiéis tragam frutas para a Igreja para que
sejam abençoadas, como se fazia, antes, oferecendo as primícias para o Templo,
conforme a lei.
Fonte
adaptada: Portal Ecclesia
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