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domingo, 4 de agosto de 2013

São João Maria Vianney e o dia do padre


  A Igreja, que desde 1925 venera São João Maria Vianney como patrono dos párocos, celebra neste 4 de agosto a sua memória litúrgica, sendo universalmente conhecido como o Santo Cura d'Ars. Tendo vivido entre 1786 e 1859, a sua obra pastoral realizada durante 40 anos num pequeno vilarejo do sul da França tornou-se um modelo de santidade sacerdotal. Em 2009, Bento XVI confiou o Ano Sacerdotal à sua figura e proteção, traçando-lhe um admirável retrato.

  O mais Santo dos párocos da história da Igreja era considerado, pela maior parte de seus formadores, uma lástima. Quando se tornou sacerdote, aos 29 anos, João Maria Vianney era praticamente considerado "idoso". A culpa disso era de um grave atraso de partida – aos 17 anos entendia muito mais de ovelhas e bois, dos quais se ocupava desde criança, do que dos livros – e, sobretudo, o tempo dedicado ao estudo do latim, com irremediável dificuldade de aprendizagem.

  A vida do futuro Cura d'Ars foi um verdadeiro romance. Desde jovem era alegre e sensível à fé, mas quando pensou no seminário não tinha condições econômicas para pagar as parcelas e quando um generoso sacerdote, que o ajudou por muitos anos, se ofereceu para que ele começasse a preparação, as dificuldades de aprendizagem e os freqüentes fracassos fizeram dele objeto de chacota: um despreparado, bom para trabalhar no campo, e não para o austero prestígio da batina.

  Porém, conseguiu tornar-se sacerdote, grato a Deus como poucos pelo dom recebido, e se lançou com ardor em sua missão. Foi uma chama que não se atenuou quando descobriu para onde deveria transferir-se: uma paróquia num rincão perdido da França, Ars, casas de taipa, 200 habitantes e uma situação coletiva de grande ignorância.

  Aí, do coração daquele jovem padre "idoso" por muitos julgado insipiente, brotou um prodígio que em pouco tempo transformou o vilarejo esquecido por Deus num vilarejo onde Deus escolheu uma casa. O que tinha acontecido o explicou Bento XVI quatro atrás: "No serviço pastoral, tão simples quanto extraordinariamente fecundo, este anônimo pároco de um perdido vilarejo do sul da França conseguiu de tal modo ensimesmar-se com o próprio ministério, que se tornou, inclusive de modo visível e universalmente reconhecido, alter Christus, imagem do Bom Pastor, que, diferentemente do mercenário, dá a vida por suas ovelhas. A exemplo do Bom Pastor, ele deu a vida nas décadas de seu serviço sacerdotal."

  O cura da zona rural era um homem pobre entre os pobres, que rezava muito, ia aos campos em busca de seus paroquianos, reunia seus filhos analfabetos para ensinar-lhes o catecismo e catequizava os adultos aos domingos, com homilias tão simples quanto incisivas que em pouco tempo na pequena igreja de Ars só tinha lugar para ficar de pé. Sem dar trégua, iniciou uma luta contra as conseqüências da ignorância, por exemplo, combatendo o abuso do álcool, situação em que se encontravam muitos camponeses.

  Do púlpito, lançou-se contra os botequins que, dizia, "roubam o pão de uma pobre mulher e de seus filhos servindo bebidas a estes embriagados que gastam no domingo tudo aquilo que ganharam durante a semana", colocando-se "abaixo dos animais mais bestiais". Por outro lado, foi mestre do perdão sacramental, que administrava ininterruptamente durante horas, esquecendo-se até mesmo de alimentar-se: "A sua existência foi uma catequese viva, que adquiria uma eficácia particularíssima quando as pessoas viam-no celebrar a missa, colocar-se em adoração diante do tabernáculo ou transcorrer muitas horas no confessionário."

  Olhando para o modelo de sacerdócio iluminado do Cura d'Ars, o Papa agora emérito afirmou: "A credibilidade do testemunho e, definitivamente, a eficácia da própria missão de todo sacerdote, depende da santidade". "Foi um 'apaixonado' por Cristo, e o verdadeiro segredo de seu sucesso pastoral foi o amor que tinha pelo Mistério eucarístico anunciado, celebrado e vivido, que se tornou amor pelo rebanho de Cristo, os cristãos e por todas as pessoas que buscam Deus."



Fonte: L’Osservatore romano

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