A liturgia deste Domingo
celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma
existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é
o exemplo concreto que confirma tudo isto. O túmulo vazio nos dá a certeza do
amor e da vida de Deus perto da nossa vida. A ressurreição não é apenas uma
realidade histórica, mas também uma mensagem: devemos também nós ressuscitarmos
com Ele, para a glória.
A primeira leitura da Missa nos apresenta o
exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, se deu
até à morte; por isso, Deus O ressuscitou. Os discípulos, testemunhas desta
dinâmica, devem anunciar este "caminho" a todos os homens. Pedro,
agora inebriado pela coragem vinda de Deus, fala às multidões e não teme ser
perseguido ou humilhado.
O Evangelho coloca-nos diante de duas
atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a
aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem,
nunca, ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que,
por isso, entende o seu caminho e a sua proposta (a esse não o escandaliza nem
o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira). Quem ama
mais chega mais perto do mistério e crê mais fortemente e fielmente.
A segunda leitura convida os cristãos,
revestidos de Cristo pelo batismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova,
até à transformação plena (que acontecerá quando, pela morte, tivermos
ultrapassado a última barreira da nossa finitude). Esforçar-se por alcançar as
coisas do alto, as coisas celestes é uma obrigação de quem ama a Cristo e
daquele que quer, realmente, se achegar ao seu Senhor.
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