No
dia 28 de outubro a Igreja celebra a festa dos Apóstolos Simão, o Cananeu, e
Judas Tadeu, juntos. Nos evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, os dois estão
sempre juntos na lista dos Apóstolos, um ao lado do outro (cf. Mt 10, 4; Mc 3,
18; Lc 6, 15; At 1, 13). Não há muitos dados a respeitos dos dois.
No Evangelho de Mateus Simão tem qualitativa
de “cananeu”. Em hebraico o verbo “qanà” significa “ser zeloso”. Não é por
acaso que o evangelho de Lucas chama-o de “zelota” ou “zelote” ou “dedicado”.
Ser zeloso, aqui, significa ser dedicado no serviço total a Deus e no serviço
do povo para o qual foi eleito (cf. Ex 20,5; 1Rs 19,10: Elias se dedica
totalmente ao Deus único, defensor do monoteísmo).
O segundo Apóstolo cuja festa nós celebramos
também neste dia (mais popular do que Simão, por ser considerado, popularmente,
como santo das causas e coisas impossíveis). Os evangelhos Mateus e Marcos
chamam esse Apostolo com um nome só: “Tadeu” (Mt 10,3; Mc 3,18); Lucas chama-o
com dois nomes: “Judas de Tiago” ou “Judas filho de Tiago” (Lc 6,16;
At 1,13).
Sobre o Apóstolo Judas Tadeu, também, temos
muito poucos dados. O evangelista João registrou a pergunta desse Apostolo para
Jesus, cuja atualidade jamais perdida: “Senhor, por que te manifestarás a nós e
não ao mundo?” (Jo 14,22: durante a Última Ceia). De fato, o Ressuscitado não
se manifestou aos seus adversários para mostrar que quem vence é sempre Deus e
quem está com Deus (cf. Rm 8,31-39). Deus continua respeitando a liberdade do
homem, mas continua espera a volta de cada homem com misericórdia (cf. Lc
15,11-32). O caminho de Deus é totalmente diferente dos caminhos dos homens
(cf. Is 55,8). O homem gosta de se exibir (cf. Mt 23,1-12). Deus prefere o
caminho simples, sem barulho (cf. 1Rs 19,1-18; Mt 11,25-28). Segundo Jesus, na
sua resposta à pergunta de Judas, Deus se manifesta e faz Sua morada no coração
que sabe amar: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará e
a ele viremos e nele estabeleceremos morada” (Jo 14,23). O amor no coração nos
faz percebermos a presença de Deus. “Amando ao próximo tu limpas os olhos para
ver a Deus” (Santo Agostinho. In Joan. 17,8).
Uma das Cartas do NT, chamadas cartas
“católicas” (porque não são destinadas para determinada comunidade ou Igreja),
é atribuída a Judas Tadeu (Carta de São Judas tem apenas 25 versículos). Nesta
pequena Carta Judas Tadeu adverte a todos para não seguirem ensinamentos falsos
e inaceitáveis, pois capazes de criar divisão dentro da própria comunidade.
Segundo o autor dessa Carta, aqueles que seguem as doutrinas falsas e
inaceitáveis são comparados com “os anjos caídos”, “nuvens sem água que os
ventos levam”, “arvores sem frutos” (cf. vv. 11-13). Alem disso, nessa Carta, o
autor encoraja os leitores para não terem medo diante das dificuldades e desafios,
pois Deus vai guardar Seus fieis (v. 24). É preciso ter fé em Deus (v.20). Mas,
ao mesmo tempo, o autor pede que andemos pelo caminho de indulgência: “Vocês,
porém, amados, construam sobre o alicerce da santíssima fé que vocês têm; rezem
movidos pelo Espírito Santo; mantenham-se no amor de Deus, esperando que a
misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo lhes dê a vida eterna. Procurem
convencer os vacilantes: salvem a uns, arrancando-os do fogo; tenham compaixão
de outros, mas com temor. Detestem até a roupa contaminada pelos instintos
egoístas dos ímpios…” (vv. 20-23).
Os dois Apóstolos nos ajudam a vivermos nossa
fé incansavelmente apesar das aparências poderosas das situações e dificuldades
que encontramos na nossa vida. Deus é bom e Ele é amor, e por isso, podemos
confiar nele em todos os momentos de nossa vida.
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