Vez
por outra na secretaria paroquial aparece um pedido de alguma noiva para
colocar música protestante na celebração do casamento. Numa Paróquia da
arquidiocese também conheci um grupo que adorava trazer “louvores” protestantes
para a Santa Missa. Outra, fora da arquidiocese, gostava de colocar “mantras”
budistas antes da missa para acalmar os ânimos... A pergunta que músicos e
fiéis fazem é esta: posso usar músicas de outros credos na Igreja Católica?
Deixo a resposta com ninguém menos que um dos maiores teólogos do Brasil,
infelizmente já falecido e que foi meu professor: Dom Estêvão Bettencourt, OSB.
Vejamos o que nos ensina o teólogo, segundo o que a Igreja crê e segue:
“Não
é conveniente adotar cânticos protestantes em celebrações católicas pelas
razões seguintes:
1)Lex
orandi lex credendi (Nós oramos de acordo com aquilo que cremos). Isto quer
dizer: existe grande afinidade entre as fórmulas de fé e as fórmulas de oração;
a fé se exprime na oração, já diziam os escritores cristãos dos primeiros
séculos. No século IV, por ocasião da controvérsia ariana (que debatia a
Divindade do Filho), os hereges queriam incutir o arianismo através de hinos
religioso, ao que Sto. Ambrósio opôs os hinos ambrosianos.
Mais ainda: nos séculos XVII-XIX o
Galicanismo propugnava a existência de Igrejas nacionais subordinadas não ao
Papa, mas ao monarca. Em conseqüência foi criado o calendário galicano, no qual
estava inserida a festa de São Napoleão, que podia ser entendido como um mártir
da Igreja antiga ou como sendo o Imperador Napoleão.
Pois bem, os protestantes têm seus cantos
religiosos através de cuja letra se exprime a fé protestante. O católico que
utiliza esses cânticos, não pode deixar de assimilar aos poucos a mentalidade
protestante; esta é, em certos casos, mais subjetiva e sentimental do que a
católica.
2)
Os cantos protestantes ignoram verdades centrais do Cristianismo: A Eucaristia,
a Comunhão dos Santos, a Igreja Mãe e Mestre... Esses temas não podem faltar
numa autêntica espiritualidade cristã.
3)
Deve-se estimular a produção de cânticos com base na doutrina da fé.”
(Dom
Estevão Tavares Bettencourt, OSB)
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