São
Camilo de Lellis (1550-1614) foi um religioso italiano. Criou a Ordem São
Camilo. É o padroeiro dos enfermos e dos hospitais. Foi declarado santo no dia
29 de junho de 1746, pelo Papa Bento XIV. Nasceu em Bacchianico, cidade do reino
de Nápoles, no dia 25 de maio de 1550. Na idade de 6 anos perdeu o pai, oficial
do exército. Mal sabia ler e escrever alistou-se no exército e, aos 18 anos
apenas, tomou parte numa campanha contra os turcos.
Gravemente doente, voltou a Roma, onde foi
internado no hospital dos incuráveis. A paixão pelo jogo fez com que o
demitissem daquele estabelecimento. Posto na rua, doente, pobre, procurou
serviço como servente de pedreiro, trabalhando em seguida numa casa que os
capuchinhos estavam construindo. Uma conversa que teve com o guardião do
convento, abriu-lhe os olhos. Largou do jogo, fez penitência e invocou a
misericórdia divina. Camilo tinha então 25 anos.
Entrou na Ordem dos Capuchinhos, onde fez o
noviciado e passou depois para os Franciscanos. Estes, não lhe consentiram a
permanência na Ordem, por causa de uma úlcera que tinha no pé, e que pelos
médicos fora declarada incurável. Dirigiu-se ao hospital Santiago, em Roma,
onde foi aceito e como não tinha dinheiro ofereceu-se para trabalhar como
servente e enfermeiro. Dedicou-se exclusivamente ao serviço dos enfermos.
Observando que os pobres doentes sofriam
muitas privações, em 1582, Camilo começou a procurar pessoas que aceitassem
socorrer os pobres e doentes e criou uma Irmandade que teve o apoio do Papa
Sisto V. Os primeiros irmãos eram leigos, mais em seguida alguns sacerdotes se
juntaram à Irmandade. Adquiriram uma casa, onde moravam em comunidade. A
Irmandade deu tão certo que em pouco tempo, Camilo teve que abrir novos
Institutos na Itália, Sicília e outras partes da Europa. Seguindo ainda o
conselho de São Filipe Nery e o exemplo de Santo Inácio, apesar de seus 32
anos, voltou ao estudo e foi ordenado Sacerdote.
Por ocasião da peste em Roma, embora doente e
sofrendo dores horríveis no pé, ia de casa em casa, procurando, socorrendo e
consolando os pobres doentes. Numerosos são os casos, em que foi visto levando
nas costas os doentes ao hospital, onde os tratava com a maior dedicação.
Quando a peste chegou em Milão e Nola, Camilo acompanhou-a levando consigo a
caridade e o zelo apostólico. Muitos doentes recuperaram a saúde só pela
palavra e oração do Sacerdote. Em 1591, o Papa Gregório XIV reconheceu a
Irmandade como uma Ordem Religiosa.
Camilo era humilde e, por causa da humildade
era muito querido em Roma. Chorando sempre os pecados da mocidade, dizia-se
indigno de morar entre os homens e ser merecedor do inferno. Palavras de
elogios entristeciam e irritavam o sacerdote. Não permitia que o chamassem
fundador de uma Ordem. Camilo era caridoso para com os outros e severo para
consigo. Muito doente e desenganado pelos médicos, Camilo recebeu o Santo
Viático das mãos do Cardeal Ginnásio, protetor da Irmandade. Vendo a sagrada
Hóstia disse, com as lágrimas nos olhos: "Alegro-me por me terem dito que
entrarei na casa do Senhor. Reconheço, Senhor, que sou dos pecadores o mais
indigno de receber vossa graça". Faleceu em Roma no dia 14 de julho de
1614. Enquanto os médicos preparavam seu corpo para o sepultamento, perceberam
que a úlcera de seu pé havia desaparecido. Em 1746 foi canonizado pelo Papa
Bento XIV. São Camilo é padroeiro dos enfermos e dos hospitais.
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