Hoje
celebramos a memória de Santa Maria Madalena, chamada a “Apóstola da
Ressurreição”. Natural de Mágdala, na Galileia, Maria Madalena foi
contemporânea de Jesus Cristo, tendo vivido no Século I. O testemunho de Maria
Madalena é encontrado nos quatro Evangelhos: “Os doze estavam com ele, e também
mulheres que tinham sido curadas de espíritos maus e de doenças. Maria, dita de
Mágdala, da qual haviam saído sete demônios...” (Lc 8,1-2). Sua figura é
simbólica no Reino implantado por Jesus: a cura e a vida nova são dádivas aos
filhos de Deus oferecida pelo Messias que vai ao encontro de cada um e de cada
necessidade.
Após ter sido curada por Jesus, Maria
Madalena coloca-se à serviço do Reino de Deus, fazendo um caminho de
discipulado, de seguimento a Nosso Senhor no amor e no serviço. E este amor
maduro de Maria Madalena levou-a até ao momento mais difícil da vida e da
missão de Nosso Senhor, permanecendo ao lado d'Ele: “Junto à cruz de Jesus estavam
de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena” (Jo
19,25). Alguns autores cristãos tendem a identificar Maria Madalena com a
Maria, irmã de Lázaro e Marta; outros, porém, divergem e veem nela a mulher
adúltera perdoada por Cristo e erroneamente tida por “prostituta” de profissão.
Maria Madalena foi a primeira testemunha da
Ressurreição de Jesus: “Então, Jesus falou: 'Maria!' Ela voltou-se e exclamou,
em hebraico: 'Rabûni!' (que quer dizer: Mestre)” (Jo 20,16). A partir deste
encontro com o Ressuscitado, Maria Madalena, discípula fiel, viveu uma vida de
testemunho e de luta pela santidade. Foi logo anunciar aos Apóstolos o que
havia acontecido, mostrando sua disponibilidade para o Evangelho e sua
obediência à Cristo e submissão ao Primado de Pedro.
Existe uma tradição
não comprovada de que Maria Madalena, juntamente com a Virgem Maria e o
Apóstolo João, foi evangelizar em Éfeso, onde depois veio a falecer nesta
cidade. Outra história, um pouco mais lendária, que desde muito corre no
Ocidente, diz que ela viajou para Provença, França, com seus irmãos Marta e
Lázaro e com mais outros discípulos para evangelizar Gaul. Neste local ela
passou 30 anos de sua vida na caverna de La Saint-Baume, nos Alpes Marítimos.
Foi milagrosamente transportada, pouco antes de sua morte, para a Capela de
Saint-Maximin, onde recebeu os últimos sacramentos da Santa Igreja. Ela foi
enterrada em Aix. Em Vazelay, na França, todos afirmam que suas relíquias ali
estão desde o século XI.
No Ocidente, o culto à Santa Maria Madalena
propagou-se a partir do Século XII. Na arte litúrgica da Igreja ela é
representada com longos cabelos, segurando uma jarra própria para guardar óleos
perfumados, ou com uma caveira e uma cruz ou ainda na presença de Jesus ressuscitado. Quando rezamos a Ladainha de Todos os Santos encontramos o nome de
Santa Maria Madalena como a primeira das invocações das Santas Virgens. Isso
não causa espanto a quem sabe que a Deus nada é impossível. É a beleza da
contrição e do perdão. Aquele que é capaz de “transformar as pedras brutas em
Filhos de Abraão”, pode perfeitamente devolver a integridade a uma pecadora. E
isso, sobretudo se ela arrependeu-se muito, se admirou muito, se amou muito.
Como foi o caso dela.
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