Neste
dia 11 de fevereiro, recordam-se os 85 anos do Tratado de Latrão. Assinado em
1929, o Tratado resolveu de maneira definitiva a "questão romana", ou
seja, o conflito aberto em 1870 com a anexação de Roma ao Reino da Itália. O
atual Estado da Cidade do Vaticano ocupa a área conhecida como "Ager
Vaticanus", a colina vaticana que não foi ocupada pelas tropas italianas,
que tomaram Roma no dia 20 de setembro de 1870, durante o processo de
unificação da Itália. Considerado como o menor Estado do mundo, esse território
assegura a liberdade da Sé Apostólica e a independência do Papa, para poder
realizar sua missão.
O Vaticano tem uma população de pouco mais de
mil pessoas. Os habitantes do Estado da Cidade do Vaticano procedem de muitos
países, embora na sua maioria sejam italianos. Pelo menos 400 têm cidadania
vaticana, entre eles os prelados que são chefes de organismos da Cúria Romana.
Todos os Cardeais residentes em Roma obtêm automaticamente cidadania vaticana,
mas conservam a original.
O Vaticano emite selos e moeda própria (só
metálica) e conta com todos os serviços próprios de um Estado, como uma central
telegráfica, estação de rádio (Rádio Vaticano), um jornal (L'Osservatore
Romano) e rede ferroviária, conectada com a ferrovia italiana. Além disso, pode
dispor, com base na Convenção de Barcelona, de 1921, de uma frota marítima com
bandeira própria.
A segurança do Vaticano está confiada ao
Corpo de Vigilância, formado por uma centena de efetivos. Além disso, dispõe da
Guarda Suíça, único corpo militar que existe no Vaticano, integrado também por
uma centena de membros e cuja função é defender o Papa e controlar os portões
que dão acesso à Cidade do Vaticano, entre outras coisas.
Sua atual Constituição data de 2001, em
substituição da de 1929: reitera que o Papa é o soberano absoluto, que
concentra em si os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, os quais, em
caso de falecimento do Pontífice, passam ao Colégio Cardinalício até a eleição
do sucessor. Em tal circunstância, o Colégio só pode aprovar normas de caráter
de urgência e com eficácia limitada, a não ser que depois sejam confirmadas
pelo novo Pontífice.
A "Lei Fundamental da Cidade do
Vaticano", nome oficial da Carta Magna, contém 20 artigos. A Constituição
estabelece que a bandeira oficial do Vaticano é amarela e branca, em vertical,
tendo, ao centro o escudo com as chaves entrecruzadas sobre as quais se
encontra a tiara papal. O Tratado de Latrão estabeleceu o Estado soberano da
Cidade do Vaticano, declarando que o Catolicismo era a religião oficial da
Itália. O acordo regulamenta as relações entre a Igreja e o Estado. A revisão
da Concordata, em 1984, declarou que o Catolicismo não seria mais a religião
oficial do Estado italiano.
O Tratado de 1929 fixou também o caráter
internacional da Santa Sé, que é reconhecida perante a legislação internacional
e mantém relações diplomáticas com outras nações. A esse respeito, o Estado da
Cidade do Vaticano foi instituído como "uma realidade jurídico e política,
à qual é necessário identificar e garantir a absoluta e visível independência
da Sé Apostólica no exercício de sua elevada missão espiritual no mundo".
Fonte:
Rádio Vaticana
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