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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Amar é querer


  Não caia, portanto, na cilada da falsa autenticidade. Amar é querer bem (o bem, o que é bom), custe o que custar. Por isso, cito novamente o livro “Caminho": "Dizes que sim, que queres. – Está bem. - Mas queres como um avarento quer o seu ouro, como a mãe quer ao seu filho, como um ambicioso quer as honras, ou como um pobre sensual quer o seu prazer? – Não? Então não o queres"...

  Pense um pouco nos sacrifícios que é capaz de fazer, nos compromissos a que não falta de jeito nenhum, nas despesas que não mede aquele que quer mesmo ficar rico, ou ganhar uma posição política elevada, ou satisfazer um prazer que o traz alucinado… Então? Deus não merece mais? Se medita nisso, compreenderá a grande importância de ter e seguir um plano de vida espiritual, definindo-o bem claramente, talvez até por escrito na sua agenda, e ficará precavido contra os “grandes inimigos” do plano de vida espiritual:

a) Os sentimentalismo egoísta e a autenticidade falsa, já mencionados;

b) O engano perigosíssimo de quem diz a si mesmo: “agora, na hora prevista no plano para a oração, não vou fazer; faço depois”. Quase sempre, esse “depois” não existe. É muito melhor, quando se prevê dificuldade, fazê-lo antes, ou seja, adiantar uma prática, se você prevê que não a poderá cumprir no horário previsto. São Josemaria Escrivá dizia, meio brincando e muito a sério, que os grandes inimigos da alma são: “amanhã, depois, achei que, pensei que”… Quer dizer, as desculpas, que continuam sendo falsas desculpas por mais que queiramos justificá-las. Quase sempre, o momento em que Deus nos concede mais graça é precisamente o “mau momento”, aquela hora em que nos custa cumprir o nosso compromisso de fé e amor a Deus, e, mesmo assim, nós vencemos e o cumprimos;


c) Também é um inimigo o desânimo de achar que não serve de nada cumprir fielmente o plano, ao vermos que, por mais que o cumpramos não melhoramos como pensávamos. Creio que basta outro ponto de "Caminho" para responder a isso: "Quantos anos comungando diariamente! Qualquer outro seria santo, – disseste-me, - e eu, sempre na mesma! -Meu filho, – respondi-te, - continua com a Comunhão diária e pensa: "que seria de mim se não tivesse comungado?".

  Se tiver oportunidade de ler a vida de Santa Teresa de Ávila, mulher admirável, forte, dinâmica e empreendedora, que era ao mesmo tempo uma alma mística, de elevadíssima oração, verá como a santa conta que as horas de oração que lhe trouxeram mais proveito espiritual foram aquelas (muitas!), em que se sentia incapaz de pensar e de sentir na Capela, mas perseverava nos seus horários de oração, entregando-se assim humildemente nas Mãos de Deus.


Pe. Francisco Faus

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