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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Bento XVI não foi obrigado a renunciar


  O Papa Emérito Bento XVI negou que tivesse sido forçado a tomar a decisão de há um ano em resignar ao pontificado. Naquela que é uma das raras declarações que fez desde que deixou o ministério petrino, Bento XVI considerou “absurdas” as recentes especulações de que na origem do seu afastamento tenham estado outras razões que não as apresentadas pelo próprio Papa em fevereiro de 2013: “Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência perante Deus, cheguei à conclusão de que as minhas forças, devido a uma idade avançada, não são capazes de um adequado exercício do ministério de Pedro", disse Bento XVI a 11 de Fevereiro no ano passado, no discurso em que anunciou a resignação que se efetivou 17 dias depois, a 28 de fevereiro de 2013. Duas semanas depois, o argentino Jorge Bergoglio era eleito o seu sucessor.

  Esta foi a primeira vez em 600 anos que um Papa resignou ao cargo. Antes de Joseph Ratzinger, apenas Celestino V, em 1294, e Gregório XII, em 1415, tomaram a mesma decisão. Um ano depois do discurso de resignação voltaram a surgir especulações de que Bento XVI, de 86 anos, teria sofrido outras pressões para sair do cargo. O jornal italiano “Libero” noticiou que o antecessor de Francisco teria sido forçado a sair devido a escândalos no Vaticano. Antes do Libero, a imprensa italiana já tinha escrito sobre o tema, indicando como possíveis causas para a saída a tentativa de desacreditação de Bento XVI por alguns prelados após a detenção do mordomo de Bento XVI, em 2012, por ter divulgado documentos confidenciais sobre a existência de corrupção no interior do Vaticano.


  O site “Vatican Insider” pediu a Bento XVI um comentário sobre as mais recentes alegações e nesta quarta-feira o site publicou as respostas do agora Papa emérito. “Não há dúvida alguma quanto à validade da minha resignação do ministério de Pedro”. Bento XVI considera que qualquer especulação a argumentar o contrário é “simplesmente absurda”. Ainda ao mesmo site, o Papa emérito explicou a razão que o leva a continuar a vestir-se de branco e a utilizar o nome Bento XVI. “Continuo a usar o hábito branco e mantenho o nome Bento puramente por razões práticas. No momento da renúncia, não havia outras roupas à disposição. Além disso, uso o hábito branco de uma forma claramente distinta da do Papa. Este é outro caso de uma especulação completamente infundada”.

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