Cari
fratelli e sorelle, buona e santa Pasqua!… Papa Francisco, nesta Páscoa 2014,
dirigindo Urbi et Orbi (à Cidade de Roma e ao mundo inteiro), da varanda
central da basílica de São Pedro, a sua mensagem pascal, em que tomou como
ponto de partida o anúncio do anjo às mulheres, perante o sepulcro aberto:
“Ressuscitou! Vinde e vede!”
Uma mensagem que hoje ressoa uma vez mais na Igreja espalhada pelo mundo: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou (...). Vinde, vede o lugar onde jazia» “Não tenhais medo! O Senhor ressuscitou. Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucificado, ressuscitou!” É este o acontecimento que está na base da nossa fé e da nossa esperança – sublinhou o Papa: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja veria esgotar-se o seu ímpeto, porque foi dali que partiu e é sempre daqui que de novo parte. A mensagem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte.
“Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a
misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a
vida sobre a morte.” Há que dizer a todos: «Vinde e vede», isso porque - insistiu o Papa - a Boa Nova
não é apenas uma palavra, é testemunho… “A Boa Nova não é apenas uma palavra,
mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao
encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com
quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou
excluído...
O Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor
faz florescer a esperança no deserto… “Com esta jubilosa certeza no coração”, o
Papa Francisco prosseguiu a sua Mensagem pascal em jeito de oração ao Senhor
ressuscitado pedindo-lhe a graça de O reconhecer e servir nos irmãos que
sofrem: “Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber
que temos um Pai e não nos sentimos órfãos; que podemos amar-Vos e adorar-Vos. Ajudai-nos
a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso
de que muitas vezes somos cúmplices. Tornai-nos capazes de proteger os
indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objeto de
exploração e de abandono.”
Na sua oração a Jesus Ressuscitado, Papa
Francisco não esqueceu os que sofrem com doenças como a epidemia de ebola… dos
quais é preciso cuidar, contrastando também as condições de vida que facilitam
a sua difusão… “Fazei que possamos cuidar dos irmãos atingidos pela epidemia de
ebola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daqueles que são afetados por
tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência e a pobreza
extrema.”
O Papa pediu ao Senhor Ressuscitado que
console quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos
porque a eles foram arrancados injustamente, como (é o caso, por exemplo) das
numerosas pessoas – padres e leigos - sequestradas em diferentes partes do
mundo. Recordados também “os que deixaram as suas terras emigrando para lugares
onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não
raro, professar livremente a sua fé.”
Na parte final da Mensagem pascal a todo o
mundo, o Papa evocou as situações de guerra e de violências, nomeadamente a
Síria, o Iraque, a Terra Santa, a República Centro-Africana, Nigéria, Sudão do
Sul, Venezuela e Ucrânia… Começando por pedir a “Jesus glorioso”, que “cesse
toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente”,
prosseguiu o Papa Francisco, em tom de súplica: “Suplicamo-Vos, em particular,
pela Síria, a amada Síria, para que quantos sofrem as consequências do conflito
possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de
usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham
a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada.” “Jesus glorioso,
pedimo-Vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e
sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas
e palestinos. Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República
Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas
da Nigéria e as violências no Sudão do Sul. Pedimos-Vos que os ânimos se
inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela.”
Finalmente a referência à Ucrânia, observando
que este ano os católicos de rito latino celebram a Páscoa juntamente com as
Igrejas que seguem o calendário juliano, o Papa pediu ao Senhor Ressuscitado
“que ilumine e inspire as iniciativas de pacificação” e “que todas as partes
interessadas, apoiadas pela Comunidade internacional, possam empreender todo
esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e
diálogo, o futuro do País”. “Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra:
Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz!”
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