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domingo, 6 de abril de 2014

O Brasil que o Brasil não quer ver


  Quase todas as notícias nacionais têm que ver com a situação econômica ou política do país. Também quando não se fala da Copa do mundo, fala-se da violência das ruas e dos morros. Os políticos e outras autoridades têm discutido à vista da população coisas gerais, coisas da onda, mas ninguém discute coisas “de base”, problemas de valor, de ética, parecem ter confundido “bem material” com “verdadeiro bem estar”; a própria sociedade parece um mercado, onde tudo se compra e vende, inclusive as pessoas. Tanto o governo federal quanto os outros preocupam-se com um bem estar raso, aquele dos shows, dos bolsa-família, dos piscinões, dos shoppings... Se o povo pode comprar, se pode ficar numa falsa felicidade, se pode se embriagar e fazer sexo, ótimo! O povo estará bem e feliz... Será mesmo?

  É verdade que não se governa um país, nem uma casa, sem ter em atenção esses índices econômicos e sociais, que são indispensáveis para o bom governo seja doméstico, seja em nível nacional. Poder comprar o necessário, ter o mínimo de cultura, participar de eventos desportivos, claro que tudo isso é importante. Mas, e a família? E os valores de verdade e de respeito entre as pessoas? E as identidades dos indivíduos e das instituições às quais eles pertencem? Nada disso tem recebido a devida atenção. Uma família sã é mais do que uma despensa farta, como o bem comum, a que deve tender o exercício do poder político. Se investissem na família, não gastariam milhões nas prisões subumanas, não gastariam milhões em programas de educação ou de reinserção social, não gastariam tanto numa saúde sucateada...

  O Brasil corre sérios riscos de um colapso, tanto econômico quanto social: os bandidos estão cada vez mais piores; a diferença entre pobres e ricos continua acentuada; a moral é plenamente inexistente neste país; as ideologias de gênero perversamente estão sendo aprovadas; a religião mais e mais é pressionada a ficar em guetos – sem poder se manifestar publicamente e, num país que se gaba de ser democrático, qualquer um que venha dizer a verdade é prontamente desmoralizado ou amordaçado... “Que país é esse?”, perguntava Renato Russo. É a pergunta daqueles que ainda têm consciência! Que país é esse em que estamos vivendo e que afunda pouco a pouco num lamaçal de falta de pudor, falta de justiça, falta de vergonha? Não por causa da delicada situação econômica e financeira que atravessa, com a inflação cada vez mais aumentando e Dilma e Companhia Ltda dizendo que está tudo bem, que o país cresce e se desenvolve, mas por falta de vozes da própria população que deveria expor os verdadeiros problemas, que o Brasil não passa hoje de um farsante: diz que é, mas não é; diz que está, mas não está.

  A taxa de natalidade do nosso país diminui cada vez mais, muito inferior ao mínimo necessário para garantir a reposição das gerações e a sustentabilidade dos serviços de saúde, aposentadoria e de segurança social. Contudo, o Estado subsidia generosamente os métodos contraceptivos, a “interrupção voluntária da gravidez” (ABORTO) em alguns casos e avançando para outros e aposta, suicidamente, numa política anti-natalista e contrária à família. No Brasil prevalece, em termos práticos, a cultura da morte: apóia-se mais o aborto do que a vida, prefere-se a contracepção à natalidade, o sexo “gostoso” sem a instituição do casamento... Parece que o lema do Brasil outrora católico e religioso e agora agnóstico, ateu e socialista é: “viva sua vida enquanto há tempo, coma e beba o que puder, tenha prazer sem limites – se puder como pagar – e dê as costas a tudo e a todos que cruzarem sua frente dizendo o contrário”.


  Assim sendo, não se estranha que as crianças estão cada vez mais erotizadas, os adolescentes rebeldes, os jovens sem limites, a bandidagem crescente, os casamentos em crise, os idosos abandonados, as maternidades fechadas, as escolas impossíveis de se ensinar, os crimes bárbaros sempre nas manchetes, os desvios de verbas públicas constantes... Mais tarde, as universidades ficarão desertas ou serão um antro de comunistas, guerrilheiros e usuários de entorpecentes e, por fim, o país todo entrará num colapso total. A questão já não é prever a evolução da economia nacional nos próximos anos, nem os índices de analfabetismo ou de violência urbana, mas saber se, por este andar, o Brasil não será, em breve, terra de ninguém, terra sem lei, terra dos que apenas conseguem sobreviver num “país tropical maravilhoso” que adora carnaval e futebol...

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