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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Hoje é Sexta-feira Santa da Paixão


  Hoje e amanhã, segundo uma tradição antiquíssima, a Igreja não celebra a Eucaristia. O altar deve estar totalmente despido: sem cruz, sem candelabros, sem toalhas. Na tarde deste dia, por volta das três horas (a não ser que razões de ordem pastoral aconselhem outra hora mais tardia), faz-se a celebração da Paixão do Senhor, que consta de três partes: liturgia da palavra, adoração da cruz e sagrada comunhão.

  Neste dia, a sagrada comunhão só pode ser distribuída aos fiéis dentro da celebração da Paixão do Senhor. Aos doentes que não podem tomar parte nesta celebração pode levar-se a comunhão a qualquer hora. O sacerdote e os ministros sagrados, revestidos de paramentos vermelhos como para a Missa, dirigem-se ao altar e, feita a devida reverência, prostram-se de rosto por terra, ou, se parecer mais conveniente, põem-se de joelhos; e todos oram em silêncio durante um breve espaço de tempo.

  Que profundo e respeitoso silêncio! Não iniciamos, nem terminaremos com um cântico. Todos, sacerdote, ministros e assembleia, todos oram em silêncio, durante um breve espaço de tempo. Vamos contemplar o nosso Salvador, que voluntariamente se entrega à morte para nos dar a vida com abundância. Os quatro desenvolvidos relatos da Paixão do Senhor que nos propõem todos os quatro evangelistas não são um mero relato. Têm um quê de reflexão e meditação sobre tão assombrosos acontecimentos, à luz do Antigo Testamento. Também nós não devemos passar apressadamente os olhos por estas páginas, mas meditá-las, metermo-nos dentro destas cenas e renovar frequentemente a sua lembrança: quem sofre, quanto sofre, para que sofre e porque sofre, por quem sofre?


  Esta meditação tem feito muito santos ao longo de todos os tempos, pois não pode deixar ninguém indiferente: um tão grande amor só com amor se paga (sic nos amantem quis non redamaret?). É neste relato onde o paralelismo com os Sinópticos é maior, embora apareçam muitos pormenores específicos e sobretudo uma profunda visão teológica muito própria que põe em relevo a serena majestade de Jesus que caminha livremente para a Cruz como para um trono de glória e uma fonte de vida para os seus; mesmo quando é esbofeteado e feito rei de comédia, aparece com toda a dignidade real que Lhe compete; assim, João evita descrever a agonia, embora a não ignore (cf. v. 11; 12, 27-28). 

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