Dois
novos santos em uma única celebração: no segundo domingo da Páscoa, também
chamado de “Pascoela”, ou ainda da “Divina Misericórdia”, dois Papas serão
canonizados, ou seja, incluídos na lista, ou cânone, dos bem-aventurados aos
quais a Igreja, depois de lhes reconhecer virtudes heroicas e o poder de
realizar milagres, tributa culto universal.
São João XXIII é, sobretudo, o grande papa
que convocou o Concílio Vaticano II e que impulsionou o ecumenismo, hoje muito
deturpado. Com o seu sorriso e humildade, introduziu um novo estilo eclesial,
sem deixar a reta Tradição. Coube a São João Paulo II aplicar o Concílio,
nomeadamente através do Catecismo da Igreja Católica e do novo Código canônico.
O papa polonês foi ainda o protagonista da ‘conversão’ da Rússia, da queda do
muro de Berlim e da libertação dos países do Leste. Combateu de forma ferrenha
a teologia da libertação, corrente ideológica da teologia que prima o social em
detrimento do espiritual.
Ângelo Giuseppe Roncalli, para além de um
muito remoto parentesco com famílias lusitanas, foi, depois de 624 anos, o
primeiro sucessor de Pedro a reassumir, como papa, o nome do único papa
português, João XXI. João XXIII era muito bem humorado e sempre se pôs como um
verdadeiro filho da Igreja. Queria trazer a renovação para a Igreja, mas não
destruí-la em suas bases doutrinárias. Infelizmente, o que se seguiu em muito
após o Concílio Vaticano II foi uma desconstrução do catolicismo tradicional e
de suas verdades canônicas, litúrgicas e até morais.
Karol Wojtyla, por sua vez, estabeleceu uma
fortíssima relação com Fátima, por ocasião do atentado que padeceu na praça de
São Pedro, a 13 de Maio de 1981. A coincidência com o aniversário da primeira
aparição mariana na Cova da Iria foi, para João Paulo II, providencial. Desde
então, agradeceria à ‘Senhora mais brilhante do que o sol’ o milagroso resgate
da sua vida, identificando-se com a vítima vestida de branco a que se aludia na
terceira parte do segredo, revelada em 2000, na beatificação de os beatos
Francisco e Jacinta Marto. Mariano, Papa das Jornadas da Juventude, peregrino
do mundo, João Paulo II teve contradições no início de seu pontificado, mas foi
pouco a pouco retornando a certas posições, abandonando outras e tornando-se,
realmente, um Papa santo. Sobretudo no final de sua vida, abraçou a cruz de
Cristo na enfermidade e ofereceu seu sacrifício pelo mundo.
São
João XXIII e São João Paulo II, rogai por esta terra de Santa Cruz, rogai por
nós!
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