O
Evangelista Lucas nos apresenta Isabel, mulher de idade avançada, estéril,
justa e fiel a Deus. E nos apresenta, também, Maria, a jovem de Nazaré que
será a Mãe do Salvador. Do ventre infértil de Isabel nascerá João Batista, o
maior dos profetas, precursor do Messias. No corpo virgem de Maria, o
Espírito Santo operará o milagre da vida e a concepção e geração de Jesus.
Isabel e Maria eram parentas. Ambas
experimentavam a maravilha do Senhor: a velha e estéril e a virgem estavam
grávidas! Continua o evangelista a nos contar que naqueles mesmos dias
em que Maria se descobriu grávida partiu apressadamente para a casa de Isabel
(Lc 1, 39). No diálogo com o anjo do Senhor Maria havia descoberto que Isabel
também esperava um filho (Lc 34-37).
A tradição nos faz entender o gesto da jovem que visita a mais velha como um
gesto de serviço e, provavelmente, o terá sido. Mas, podemos imaginar
aquelas duas mulheres sentadas à beira do fogo, descansando dos afazeres, a
partilhar seus sentimentos, como que procurando entender o que lhes estava
acontecendo, louvando ao Deus que tudo pode, cúmplices de um mistério que só
seus corações e ventres eram capazes de entender.
Maria visita Isabel e deixa para a humanidade o hino do Magnificat, onde
louva e ao mesmo tempo revela o poder e o amor de um Deus fiel a seus filhos.
Que possamos ser “Marias” nos dias de hoje, aquelas e aqueles que conseguem
ver que a vida é continuamente gerada, suplantando todo o medo, toda a
desesperança, toda a morte. E, assim, como vida que brota possamos
também viver em atitude de serviço, de cumplicidade, de partilha, tal como
Maria e Isabel partilharam seus segredos e seus mistérios entre si, vivendo,
ainda na gestação, a experiência da verdadeira comunhão com o Pai.
Texto
para oração: Lc 1, 39-56
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