Queridos
filhos e filhas,
Rezamos tantas vezes o terço e ainda mais nos
dedicamos à ele neste mês de maio, mês de Nossa Senhora. Percorremos os
acontecimentos do caminho de Jesus, que é nossa salvação, rezando e
contemplando os mistérios da fé, ao lado de Maria e, com ela, nos dirigimos às
coisas santas, belas e altas. Rezar a Maria é pedir seu auxílio; rezar com
Maria é aprender de sua alma o desejo de Deus; rezar por Maria é descobrir uma
grande vantagem diante de Deus, ao pedir que por suas mãos, nossas preces se
elevem mais perfeitamente e rápido a Nosso Senhor.
Hoje celebramos a Festa da Visitação de Maria
à sua prima Isabel, esposa de Zacarias e mãe de João batista. Este mistério nos
mostra como Maria não se apega à honra de ser escolhida “Mãe de Deus” e se faz
peregrina e serva humilde. Ela enfrenta o caminho, sem nenhum auxílio humano, mas
se confia em Deus. Põe-se a caminhar em direção ao alto e vê no serviço aos
necessitados a sua vocação mais específica. Como não se deixar tocar por este mistério? A
grande Mãe de Deus é alguém que serve, que ajuda, que se põe a caminho, não
importando a distância nem as dificuldades de uma viagem insólita. Vemos em
Maria o que seria visto em Seu Filho: escuta, humildade e serviço. Três
palavras que sintetizam o comportamento de Maria e de Jesus: escuta, humildade
e serviço. Palavras que indicam uma forte espiritualidade para nós.
Espiritualidade não etérea, mas concreta, para o dia a dia.
Escuta:
para aprender quem é Deus e o que Ele deseja de nós, devemos escutá-Lo. Para
esse exercício, devemos aguçar como dizia São Bento “o ouvido do coração”; sem
inclinar esse ouvido espiritual diante de Deus, ninguém poderá entrar na
amizade plena de Deus. De onde nasce a intimidade com Deus? Da escuta na
oração, no silêncio e na contemplação. Jesus e Maria o fizeram e também nós
devemos fazer. Alguns até tentam escutar Deus, mas de modo distraído e sem
paixão. Não fazem esforço para escutar, nem fazem esforço para entender. Maria
está atenta a Deus e, por isso, escuta a Deus. Principalmente nos dias de hoje
nos falta a atenção àquilo que merece atenção...
Humildade:
Nossa Mãe do Céu está a viver no momento da Anunciação a sua vida cotidiana,
simples. Não há espalhafato em seu viver, planos mirabolantes, vida social
cheia de atividades, festa sem fim... Não há “badalação” na vida de Nossa
Senhora. Foi neste momento “normal” de sua vida que Deus a chamou para uma obra
importantíssima, a maior que alguém poderia receber nesta Terra: ser a Mãe de
Deus. Sem achar-se merecedora e sem nenhum pedantismo, Maria aceita o convite do
Senhor e se auto declara “serva”, “escrava”. Em tantas missões somos colocados
por Deus, tantos convites recebemos do Senhor e de sua Igreja! Os recebemos com
humildade? Dizemos “sim”, como Maria?
Serviço:
Apesar das dificuldades da viagem, das incompreensões de alguém da aldeia, do
perigo da estrada, Nossa Senhora não se detém diante de nada, nada nem ninguém a
impede de cumprir a vontade de Deus. Sua escuta da vontade de Deus e sua
humildade diante da vocação, a fazem seguir, ir depressa. É a intimidade com
Deus que ganha lugar na vida, no dia a dia. Dizia Santo Ambrósio: “A graça do
Espírito Santo não comporta lentidão”. De fato, a graça do Espírito de Deus em
Maria a impeliu para a ação, para o serviço.
Ao encerrarmos este mês de maio, gostaria de
deixar a todos vocês esta mensagem da Mãe de Jesus: Escutemos sempre a Deus na oração,
no silêncio, na contemplação. Deixemos de lado toda distração, todo barulho,
tudo o que é desordenado e nos afasta da voz de Deus. Aprendamos e exerçamos a
humildade, que é a verdade. Sejamos humildes em aceitar as correções do Senhor
e no Senhor, procuremos conhecer nossos defeitos dominantes e combatê-los.
Coloquemo-nos sempre disponíveis a qualquer serviço de amor, por amor e com
amor. Aprofundemos a nossa vocação de servos, de administradores da graça que
nos foi concedida. Que Maria, nossa mãe, nos abençoe!
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