“O povo que andava nas
trevas viu uma grande luz” (Is 9, 1). Esta afirmação da primeira leitura
da Missa do Galo sempre enternece. Lá fora estão as trevas da noite. Cá dentro
― a uma hora pouco habitual ― estamos os cristãos reunidos a ouvir esta
antiquíssima profecia do profeta Isaías.
Profecia lapidar, categórica e expressiva
daquilo que define o sentido da nossa vida: caminhamos para a Casa do Pai.
Peregrinamos cercados por incompreensões, mas consolados e animados
constantemente pela luz que vem de Deus. Luz que nos indica o caminho seguro
para a nossa verdadeira Pátria.
Como disse o Papa Francisco: «Esta frase de
Isaías comove-nos porque exprime a realidade profunda daquilo que somos: um
povo em caminho e ao nosso redor ― e também dentro de nós ― há trevas e luz». E
nesta Noite Santa de Natal, enquanto o espírito das trevas envolve grande parte
deste mundo, o povo de Deus vê novamente essa grande luz: Jesus Cristo, envolto
em paninhos e reclinado numa manjedoura. Não pode haver tristeza na Noite em
que nasce a Vida! Uma Vida que destrói o temor da morte. Uma Vida que nos
infunde a alegria da eternidade prometida.
No esporte, pensar na meta nunca foi egoísmo.
Também não o é na vida cristã. Sobretudo, quando essa Meta não é uma afirmação
pessoal, não é um desejo de brilhar ou de ser melhor do que os outros. É um
Amor que nos leva à entrega, à generosidade, ao serviço desinteressado, ao
esquecimento próprio. Enfim, a tudo aquilo que nos faz felizes já nesta Terra.
Sem o Menino, a alma torna-se azeda pelas
asperezas da vida, os inevitáveis fracassos, a ressaca de satisfações
passageiras. Com Ele, quanto mais vivemos, mais rejuvenescemos.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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