Era um homem piedoso e santo
com uma personalidade pouco marcada. Foi um homem apagado ao lado de um
Imperador culto e ousado, o qual mais que servi-lo se terá antes servido dele,
da sua simplicidade e humanidade, agindo como verdadeiro bispo da Igreja. E, na
realidade, nos assuntos externos da Igreja, o Imperador considerava-se acima
dos próprios Bispos, o Bispo dos Bispos, com inevitáveis intromissões nos
próprios assuntos internos, uma vez que, com a sua mentalidade ainda pagã, não
estava capacitado para entender e aceitar um poder espiritual diferente e acima
do civil ou político. Apesar de tudo, São Silvestre terá sido o Papa ideal para
as circunstâncias, pois ainda estava muito viva a lembrança dos horrores que
passara a Igreja e, como testemunha de tudo isso, terá preferido agradecer este
dom inesperado da proteção imperial e agir com moderação e prudência.
Entretanto, novas pregações tinham voltado a
negar a divindade da 2ª Pessoa e, por conseguinte, o Mistério da Santíssima
Trindade. Constantino, dando conta desta agitação doutrinária, manda convocar
os bispos do império para discutirem de novo esta questão. Sabemos que o Papa
dá o seu acordo, e envia como representantes seus, Oslo, Bispo de Córdoba,
acompanhado por dois presbíteros. Ele próprio, como dignidade suprema, não se
imiscuía nas disputas, reservando-se a aprovação do veredicto final, pois não
convinha parecer demasiado submisso ao Imperador.
Depois de 21 anos de pontificado, cheio de
acontecimentos e transformações profundas na vida da Igreja, morre São
Silvestre I no último dia do ano 335, dia em que a Igreja venera a sua memória.
Sepultado no cemitério de Priscila, os seus restos mortais seriam transladados
por Paulo I (757-767) para a Igreja erguida em sua memória.
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