A liturgia do III Domingo do
Advento garante-nos que Deus tem um projeto de salvação e de vida plena para
propor aos homens e para os fazer passar das “trevas” à “luz”. Um Domingo da alegria,
porque Deus já está mais próximo de nós. Na primeira leitura, um profeta
pós-exílico apresenta-se aos habitantes de Jerusalém com uma “boa nova” de
Deus. A missão deste “profeta”, ungido pelo Espírito, é anunciar um tempo novo,
de vida plena e de felicidade sem fim, um tempo de salvação que Deus vai
oferecer aos “pobres”. As coisas estão difíceis, porém podemos seguir adiante,
Deus não nos abandonou, parece dizer o profeta. Ainda que haja dificuldades, o
regresso do Senhor revestiu o povo com roupas de salvação, concedeu-lhe o dom
da terra e assim como esta faz germinar frutos, quem faz germinar a justiça e o
louvor é o Senhor.
O Salmo recolhe a oração de Maria quando
visita Isabel, que a tradição chama Magnificat. A oração está baseada no
cântico de Ana, encontrado em 1Sm 2,1-10. Está centrado em dois grandes temas,
por uma parte os pobres e humildes são socorridos em detrimento dos poderosos
e, por outra, o fato de que Israel e objeto do favor de Deus desde a professa
feita a Abraão (Gn 15,1; 17,1). Maria canta a grandeza de Deus salvador que se
fixou nos humildes, especialmente na pequenez de Maria e nos mostra que a
lógica de Deus nem sempre coincide com a lógica dos poderosos. Precisamente fez
uma promessa com um povo pequeno cumprindo a promessa a Abraão, fixou-se na
humildade e na pequenez de Maria, derrubou do trono os poderosos e enalteceu os
humildes. A lógica de Deus passa pelo reconhecimento dos pequenos como sujeitos
preferenciais de sua ação. Nisto consiste ser crente. Esta é a palavra
profética que a tradição coloca na boca de Maria.
O Evangelho apresenta-nos João Batista, a
“voz” que prepara os homens para acolher Jesus, a “luz” do mundo. O objetivo de
João não é centrar sobre si próprio o foco da atenção pública; ele está apenas
interessado em levar os seus interlocutores a acolher e a “conhecer” Jesus,
“aquele” que o Pai enviou com uma proposta de vida definitiva e de liberdade
plena para os homens. É claro que a figura de João, o Batista, tem grande
importância para as primeiras gerações cristãs. Além de identificá-lo com o
profeta Elias, muitos dos seguidores de João pertenciam às primeiras comunidades
cristãs. Por outro lado, foi crítico ante o poder dominante dos romanos e de
Herodes, o que o levou à morte. Foi um homem que soube entregar-se à sua missão
e que soube ver no futuro que se avizinhava, os tempos esperados.
Na segunda leitura Paulo explica aos cristãos
da comunidade de Tessalônica a atitude que é preciso assumir enquanto se espera
o Senhor que vem… Paulo pede-lhes que sejam uma comunidade “santa” e
irrepreensível, isto é, que vivam alegres, em atitude de louvor e de adoração,
abertos aos dons do Espírito e aos desafios de Deus.
Fonte: Portal Sagrados
Corações
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