Muitas pessoas hoje em dia
se utilizam de termos católicos, mas não com a mesma propriedade nem com o
mesmo significado “católico” que deveriam ter. A palavra “fé” é uma delas. “Tenha
fé em você”; “Eu tenho fé que hei de ganhar este prêmio”; “Tenha fé no poder das
estrelas”; “Tenho fé que a minha hora vai chegar”; “Tenho fé que meu pensamento
positivo vai mudar tudo”, são algumas expressões que pululam em nosso meio. Contudo,
existe uma definição católica de fé e que não deve ser mudada, mas compreendida
e vivida tal qual a nossa religião apregoa. É por ela que teremos a diferença
entre católicos “de fé” e confusos que possuem “uma fé”.
A fé é a adesão da inteligência às verdades
reveladas na Sagrada Escritura e interpretadas, com rigor, pela Sagrada
Tradição e pelo Magistério ordinário da Igreja; ou seja: devemos crer naquilo
que Deus mesmo nos mostrou pelo Seu Filho e à sombra d’Ele. Crer em algo
excepcional que nos foi mostrado e não em algo inventado pelos homens ou pelo seu
sentimento e entendimento. Pela fé, cremos numa verdade que vem de fora e que
não é, de modo algum, construída pelos homens e seus sistemas. A base da fé é a
autoridade de Deus e não dos homens; cremos porque Ele nos mostrou, cremos numa
Verdade, para seguirmos um caminho e obtermos a vida.
Não podemos substituir esta fé por uma outra,
nem inventar uma. Não é o homem que está no centro, mas Deus. Não é o ser
humano que busca o Senhor, mas antes Deus que nos veio encontrar e será nossa
obra colaborar neste encontro; deixamo-nos seduzir, tocar, encontrar por Deus.
Neste sentido a fé é algo muito concreto e não subjetivo ou etéreo; a fé se
mostra nas obras, não se define por sentimentalismos ou filosofias.
Quem se diz “católico” deve abraçar verdades
católicas e não uma mescla de religiões, onde tudo é possível e permitido.
Buda, Maomé e Cristo não podem estar no mesmo patamar. Ou acreditamos que Jesus
é Deus e, portanto, diferente de todos os outros profetas, ou não seremos
cristãos, mas uma amálgama de ritos, doutrinas e caminhos; numa palavra:
sincretistas. E, como disse Bento XVI: “A fé não se reduz a um sentimento
privado, porventura a esconder quando se torna incômodo, mas implica a
coerência e o testemunho público a favor do Homem, da justiça e da verdade.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Você pode deixar seu comentário ou sua pergunta. O respeito e a reverência serão sempre bem vindas.