A Liturgia desta festa
propõe-nos a família de Jesus como exemplo e modelo das nossas comunidades
familiares… Como a família de Jesus – diz-nos a liturgia deste dia – as nossas
famílias devem viver numa atenção constante aos desafios de Deus e às
necessidades dos irmãos. O Evangelho põe-nos diante da Sagrada Família de
Nazaré apresentando Jesus no Templo de Jerusalém. A cena mostra uma família que
escuta a Palavra de Deus, que procura concretizá-la na vida e que consagra a
Deus a vida dos seus membros. Nas figuras de Ana e Simeão, Lucas propõe-nos
também o exemplo de dois anciãos de olhos postos no futuro, capazes de perceber
os sinais de Deus e de testemunhar a presença libertadora de Deus no meio dos
homens.
A segunda leitura sublinha a dimensão do amor
que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser “Homem
Novo”. Esse amor deve atingir, de forma muito especial, todos os que conosco
partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de
compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
A primeira leitura apresenta, de forma muito
prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais… É uma forma
de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura. Dizia São João Paulo II
na Festa da Sagrada Família de 2003:
“Caríssimos Irmãos e Irmãs
1. Poucos dias depois do
Natal, a Igreja contempla hoje a Sagrada Família. Na escola de Nazaré cada
família aprende a ser o centro de amor, de unidade e de abertura à vida. No
nosso tempo, um mal-entendido sentido dos direitos por vezes perturba a própria
natureza da instituição familiar e do vínculo conjugal. É preciso que, a
todos os níveis se unam os esforços de quantos creem na importância da família
baseada no matrimônio. Trata-se de uma realidade humana e divina que deve ser
defendida e promovida como bem fundamental da sociedade.
2. Os cristãos, recorda o
Concílio Vaticano II, atentos aos sinais dos tempos, devem promover
"ativamente o bem do matrimônio e da família, quer pelo testemunho da sua
vida pessoal, quer pela ação harmônica com todos os homens de boa vontade"
(Gaudium et spes, 52). É necessário proclamar com alegria e com coragem o
Evangelho da família. Para esta finalidade, elevemos a nossa oração comum a
Jesus, a Maria e a José por todas as famílias, sobretudo pelas que se encontram
em dificuldades materiais e espirituais.”
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