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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Bispos pedem mais preparação para o matrimônio mesmo que diminua o número de casamentos


  Os bispos reunidos na Terceira Congregação Geral do Sínodo da Família pediram nesta terça-feira que a preparação dos noivos para receber o sacramento do matrimônio seja longa, personalizada e severa, “sem medo a que eventualmente diminua o número” de casamentos religiosos, para assim contar com matrimônios válidos e frutíferos. Conforme informou nesta terça-feira a Santa Sé, durante a manhã de ontem se seguiram os temas “Evangelho da família e lei natural”, e “A família e a vocação da pessoa em Cristo”, de acordo com a ordem do Instrumentum Laboris.

  Nesse sentido, durante o debate geral se afirmou a necessidade de “uma maior preparação para o matrimônio, para que este não seja somente válido, mas também frutífero”. “A proposta é a de não preocupar-se somente com os remédios para o fracasso da união conjugal, mas também com as condições que a fazem válida e frutífera. É preciso transmitir uma visão do matrimônio não só como ponto de chegada, mas também como um caminho para uma meta mais alta, um caminho de crescimento pessoal e do casal, uma força e fonte de energia”.

  “A escolha do matrimônio é uma vocação verdadeira e própria e como tal requer fidelidade e coerência para ser realmente um lugar de crescimento e de salvaguarda do humano”, expressaram os bispos. “Para isso, os cônjuges precisam de acompanhamento constante em seu itinerário de vida, através de uma pastoral familiar intensa e vigorosa”. “O caminho de preparação para o sacramento do matrimônio deve ser, portanto, longo, personalizado e também severo, sem medo de que eventualmente diminua o número de casamentos celebrados na Igreja. Do contrário, corre-se o risco de obstruir os tribunais de justiça com os processos matrimoniais”, advertiram.

  Do mesmo modo, voltou-se a abordar o tema dos casais com problemas e os divorciados em nova união, que precisam da “‘medicina’ da misericórdia”, que “dá acolhida, atenção e apoio”; sobretudo “porque as famílias que sofrem não procuram soluções pastorais rápidas, não querem ser uma mera cifra estatística, mas sentem a necessidade de ser aconselhadas e de sentir-se aceitas e amadas. deve-se dar mais espaço à lógica sacramental que à jurídica”. A Santa Sé informou que nos debates também se pediu escutar com mais frequência “as experiências dos casais casados, porque suas lutas e seus fracassos não podem ser ignorados; pelo contrário, podem ser o fundamento de uma teologia real, verdadeira”. Do mesmo modo, apresentaram-se as três dimensões específicas da família: “a vocação à vida; a missionária, entendida como testemunho de Cristo através da unidade familiar; e a aceitação do outro, já que a família é a primeira escola de alteridade, o lugar onde se podem aprender a paciência e a lentidão, em contraste à agitação e ao barulho do mundo moderno”.


  “Também se ressaltou outra dimensão ulterior do núcleo familiar: a santidade, porque a família educa para a santidade, é um ícone da Trindade, Igreja doméstica a serviço da evangelização, futuro da humanidade”. Também se dialogou sobre “a catequese para as famílias, especialmente para as crianças, e sobre a oração entre as paredes domésticas que dá lugar a uma verdadeira e própria geração da fé, transmitindo-a de pais para filhos. Por último, destacou-se a necessidade de uma formação mais profunda dos sacerdotes e catequistas”.

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